É a sétima fase da Operação Lesa Pátria que investiga os criminosos do dia 8 de janeiro
A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (7), mais três terroristas, todos de Minas Gerais, envolvidos nos ataques golpistas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Congresso Nacional e ao Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro.
As prisões foram feitas no âmbito da sétima fase da Operação Lesa Pátria, que investiga a organização criminosa que atacou Brasília. Também foram feitas operações de busca e apreensão em Curitiba (PR).
Os três criminosos fizeram filmagens mostrando o próprio rosto durante os atos de destruição do patrimônio público.
Edmar Miguel, conhecido como Miguel da Laranja, e Aline Cristina Monteiro Roque são da cidade de Areado, enquanto Kennedy de Oliveira Alves é de Alpinópolis. Os dois municípios são da região sul de Minas Gerais.
Edmar Miguel fez uma filmagem no teto do Congresso Nacional, área que foi invadida durante o ataque.
Os bolsonaristas estenderam no teto da sede do Poder Legislativo uma faixa pedindo “intervenção” das Forças Armadas para que Lula fosse retirado da Presidência da República.
Segundo informações da PF, Aline Cristina Monteiro Roque foi até Brasília em um ônibus que saiu de Passos (MG), fretado pelo movimento golpista. Em um vídeo que gravou durante o atentado terrorista, Aline relatou que a polícia “saiu correndo” quando eles se aproximaram da Praça dos Três Poderes.
Aline Cristina Monteiro Roque é empresária e fez parte do esquema de financiamento do atentado.
O terceiro preso da manhã de terça-feira (7), Kennedy de Oliveira Alves, gravou o próprio rosto durante a invasão e destruição do STF.
Na filmagem, Kennedy diz que “é guerra” e pede para outros bolsonaristas se somarem ao movimento golpista, que foi esmagado pelas forças democráticas no mesmo dia.
Kennedy Alves, segundo o g1, tem passagens na Polícia por tráfico de drogas e já foi preso em outras situações. Atualmente, trabalhava como pintor.
“É guerra… quebra, quebra […] É nosso! Cadê aquele Lula? Cadê aquele Lula? Cadê aquele sem vergonha? […] Vamos entrar, bora entrar, bora cair pra dentro”, disse o terrorista em um vídeo feito durante a invasão do STF.
Entre os dias 8 e 9 de janeiro, foram presas mais de 1.400 pessoas em estado de flagrante por terem participado do atentado contra a democracia.
No dia 20 de janeiro, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Lesa Pátria, prendendo mais quatro pessoas que fizeram parte do movimento golpista. As investigações também miram organizadores e financiadores do atentado.
O ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que também foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, continua preso por ter facilitado a entrada dos terroristas na Praça dos Três Poderes.
Ele viajou para os Estados Unidos no dia 7 de janeiro, um dia antes do ataque, deixando a Secretaria acéfala e despreparada para lidar com o ataque, que foi organizado e convocado pelas redes sociais. Ele viajou para o mesmo local onde Bolsonaro está homiziado.
Em sua casa, a PF encontrou a minuta de um decreto presidencial que instalaria um “estado de defesa” sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o resultado das eleições presidenciais fosse alterado violentamente.
Leia na íntegra nota da PF:
PF deflagra 7ª fase da Operação Lesa Pátria para identificar participantes dos ataques do dia 8/1
Para esta etapa, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão; ações ocorrem em Minas Gerais e Paraná
Brasília/DF. A Polícia Federal deflagra, na manhã desta terça-feira (7/3), a sétima fase da Operação Lesa Pátria. O objetivo é identificar pessoas que participaram, financiaram, omitiram-se ou fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília/DF, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foram invadidos por indivíduos que promoveram violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições.
Para esta etapa, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão; ações ocorrem em Minas Gerais e Paraná.
Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Caso tenha informações sobre a identificação de pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os fatos ocorridos em 8/1, em Brasília/DF, solicitamos que as encaminhe para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br
Coordenação-Geral de Comunicação Social