Defensor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não forneceu senhas dos 4 aparelhos apreendidos pela PF (Polícia Federal). Um desses, era utilizado para falar com ex-chefe do Executivo e o advogado resistiu a entregar para a polícia quando foi abordado. Semana promete novidades
Desde que os escândalos das joias sauditas, surrupiadas, irromperam na mídia, em março deste ano, não há uma semana sequer que não surgem novidades em torno dessa patranha protagonizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os assessores mais próximos dele.
Tudo indica que esta semana não vai ser diferente. É que a PF (Polícia Federal) conseguiu, nesta segunda-feira (21), acessar as informações contidas em 4 celulares de Frederick Wassef, advogado de Jair Messias Bolsonaro, que haviam sido apreendidos na semana anterior.
As informações são da jornalista Camila Bomfim, da GloboNews.
De acordo com os investigadores, embora o advogado não tenha entregue as senhas dos dispositivos, foi possível acessar os dados por meio de técnicas periciais.
MUITO A ESCONDER
“Ele não deu as senhas. Nossa equipe quebrou as senhas e acessou o conteúdo”, disse fonte na PF, o que, si só, já revela que Wassef tem muito a esconder. Do contrário, teria passado as senhas. Obvio.
Dos 4 dispositivos, que foram apreendidos em São Paulo na última quarta-feira (16), um dos dispositivos era dedicado exclusivamente para comunicações com Bolsonaro.
Com a “quebra” das senhas, os agentes da PF irão prosseguir com a análise do conteúdo das mensagens e dos arquivos armazenados nos dispositivos.
Na última terça-feira (15), Wassef confirmou ter efetuado a recompra de relógio Rolex, que originalmente havia sido presenteado a Bolsonaro durante viagem oficial à Arábia Saudita, utilizando dinheiro em espécie nos Estados Unidos.
Wassef contou história mirabolante, que é impossível acreditar. Ele disse à imprensa que recomprou o presente que pertence ao Estado brasileiro, surripiado por Bolsonaro e vendido ilegalmente nos Estados Unidos por iniciativa própria, sem que houvesse nenhum pedido do chefe dele para que fizesse isso. Dá para acreditar?
Nem ele, tudo indica, acredita nessa mentira estapafúrdia e burlesca.
EIS OS FATOS
A PF apreendeu, na noite da última quarta-feira, quatro celulares do advogado. Ele estava em churrascaria em São Paulo.
Daí em diante foi uma torrente de mais notícias negativas que envolvem o cliente e amigo do advogado, o ex-presidente da República. O Jornal Nacional, por exemplo, apurou que um dos aparelhos era usado, exclusivamente, para conversas com Bolsonaro.
Por que o advogado teria aparelho exclusivo para conversar com o cliente? Será que essas conversas não eram, como se convencionou dizer por aí, republicanas?
TRABALHO DE PERÍCIA INICIADO
A partir de agora, a PF tem 30 dias para periciar os aparelhos apreendidos, segundo despacho do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
Os quatro celulares de Wassef são considerados peças-chave para fechar o circuito da já robusta investigação sobre a venda ilegal e rocambolesca de presentes destinados ao Estado brasileiro e vendido no exterior por auxiliares do ex-presidente Bolsonaro.
Só uma das peças, relógio cravejado de brilhantes, foi avaliado, segundo o Fantástico, da TV Globo, em R$ 1 milhão. Essa foi uma das peças vendidas nos EUA e depois recomprada pelo advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef.
Ainda segundo pessoas próximas à apuração, a cúpula da PF e o próprio Moraes deram ordem para que nenhum aspecto da perícia seja vazado para evitar o comprometimento das apurações. “A hora é de apurar, não de fazer manchete”, disse fonte na PF.
M. V.