PF, sabotada pelos bolsonaristas, tirou R$ 9,6 bi do crime organizado em 2025

Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues (Foto: Tom Costa - MJSP)

No ano passado, esse valor foi de R$ 6,1 bilhões, informou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, anunciou na segunda-feira (15), que a corporação descapitalizou o crime organizado no Brasil em R$ 9,6 bilhões entre janeiro e novembro deste ano. No ano passado, esse valor apreendido foi de R$ 6,1 bilhões.

As declarações de Andrei Rodrigues foram dadas em um encontro com jornalistas, organizado para fazer um balanço da atuação da corporação.  

O diretor da PF relatou que os valores retirados do crime se referem a apreensões efetivas em várias modalidades, como dinheiro em conta, dinheiro em espécie, imóveis, embarcações, aeronaves, ouro e criptomoeda.

Andrei informou ainda que em 2025 foram instaurados 40.922 inquéritos, 4.148 a menos do que no ano passado. Foram indiciadas 39.414 pessoas, 3.938 a mais do que em 2024. Rodrigues também ressaltou que a média de conclusão dos inquéritos foi de 444 dias neste ano contra 465 no ano passado.

“Estamos tendo maior efetividade nas investigações e maior rapidez na conclusão dos inquéritos”, afirmou.

O diretor da PF informou também que a PF homologou 3.310 operações neste ano, 177 a mais em relação ao ano passado. No mesmo período, foram cumpridos 2.413 mandados de prisão. Em 2024, foram 2.184.

DERRITE

A atuação da PF contra o crime organizado tem gerado descontentamento em alguns setores, particularmente entre os bolsonaristas.

O bolsonarista Guilherme Derrite, secretário de Segurança de Tarcísio de Freitas, se licenciou do cargo que ocupava no estado para assumir a Câmara dos Deputados com o único objetivo de deturpar completamente o projeto de lei do governo Lula de combate contra as facções criminosas que atuam no país.

Em novembro, o bolsonarista Guilherme Derrite, ex-secretário de Segurança de Tarcísio de Freitas, se licenciou do cargo que ocupava no estado para assumir seu cargo na Câmara dos Deputados com o único objetivo de deturpar completamente o projeto de lei do governo Lula de combate contra as facções criminosas que atuam no país.

Uma vez relator do PL Antifacção, o alvo central de Derrite foi exatamente enfraquecer e emparedar a Polícia Federal.

Suas três principais metas foram impedir que a PF investigasse as facções sem autorização dos governos estaduais, retirar recursos que garantissem o funcionamento da PF e blindou os bandidos atrapalhando o arresto de bens das organizações criminosas.

Depois de muita pressão e denúncias, foram retirados alguns itens que descapitalizava a PF, mas o projeto foi para o Senado com alguns vícios ainda. No entanto, os senadores retiraram os restos de ataques à PF.

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP), considerado um especialista no combate a facções, afirmou na época que as propostas feitas por Guilherme Derrite (PP-SP) para o PL Antifacção atendiam os “interesses do crime organizado”.

“Da maneira como foi posta a discussão, no meu entender, atende aos interesses do crime organizado”, comentou o promotor.

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