A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou no Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), líder da bancada do partido, por corrupção passiva.
A denúncia é derivada de uma investigação da Operação Lava Jato que apurou pagamento de propina a partir de contratos firmados entre a Petrobrás e a construtora Queiroz Galvão.
Lira já responde a duas ações penais no Supremo na Lava Jato.
O deputado do PP foi recebido por Jair Bolsonaro que negocia apoio do partido em troca de cargos. Os dois se reuniram no dia 22 de abril com direito a fotos e vídeos do encontro. Também recebeu elogios de Bolsonaro. Lira se diz pré-candidato às eleições para substituir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no início do próximo ano.
A PGR, encabeçada por Augusto Aras, denuncia que, a partir de 2012, Arthur Lira atuou como arrecadador de propina para o partido. O crime apontado na denúncia foi o pagamento de R$ 1.588.700,00 a Arthur Lira, valores retirados de um “caixa de propina” que a Queiroz Galvão mantinha em favor do Partido Progressista.
O valor, segundo a acusação, protocolada no STF na sexta-feira (5), foi oferecido e pago por Idelfonso Colares Filho, ex-diretor presidente da Queiroz Galvão, falecido no final de 2017, e Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da empreiteira em Goiás.
Segundo a PGR, em troca, Lira atuava para assegurar os interesses da empresa na diretoria de abastecimento da Petrobrás, no Ministério das Cidades e, mais tarde, a partir de 2014, atuaria também no Ministério da Integração Nacional.
Também foram denunciados Francisco Ranulfo Rodrigues, superintendente de obras da Queiroz Galvão em Goiás, Henry Hoyer, operador do PP, Leonardo Meirelles, além do doleiro Alberto Youssef – um dos principais delatores das fases iniciais da Operação Lava Jato.