A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, denunciou no Supremo Tribunal Federal (STF) o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga por lesão corporal contra sua mulher, Élida Souza Matos. A peça foi protocolada na noite da última terça-feira (14).
Élida registrou um Boletim de Ocorrência, contra o ministro do TSE, no dia 23 de junho, em Brasília, com realização de exame de corpo de delito e, horas depois, decidiu fazer uma retratação. Mesmo com a renúncia de Élida, o caso seguiu no Supremo Tribunal Federal.
“A retratação realizada pela vítima, por ser írrita (nula, sem efeito), não possui qualquer eficácia em relação ao noticiado delito de lesões corporais, cabendo ao Ministério Público adotar as providências que entender cabíveis”, explicou Celso de Mello, ministro do STF.
De acordo com exame de corpo de delito, houve “ofensa à integridade corporal ou à saúde”. Atendida no IML, a mulher do ministro apresentava, segundo o laudo, “edema e equimose violácea em região orbital direita”.
Em outubro, Admar enviou manifestação ao STF dizendo que a mulher havia recebido a notícia de uma doença e, após beber vinho, teve uma crise de ciúmes que acabou desencadeando a briga entre os dois. Sobre o hematoma roxo do olho de sua esposa, o ministro afirmou que ela escorregou em um enxaguante bucal e bateu o rosto na banheira. “Tal lesão, pelo que me recordo, foi causada pelo tombo que se sucedeu ao escorregão que sofreu sobre o Listerine, e que a levou a bater com o rosto na banheira, mas jamais em face do alegado empurrão em seu rosto”.
Nomeado por Dilma para a Corte eleitoral em 2013, Gonzaga trabalhou na defesa da ex-presidente em sua campanha eleitoral em 2010, nas sessões do TSE.