A Procuradoria-Geral da República (PGR) está investigando a organização e o financiamento das manifestações bolsonaristas pelo fechamento do STF e do Congresso Nacional.
A autorização para a abertura de inquérito foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no final de abril.
Para Moraes, a Constituição não permite o financiamento e a propagação de “ideias” antidemocráticas.
As manifestações dos grupos minoritários raivosos passaram a ser abertamente golpistas em meados de abril. Desde então, os manifestantes carregam faixas contra o Congresso Nacional e o STF e pedindo uma intervenção militar.
Jair Bolsonaro tem açulado, na Esplanada dos Ministério, as manifestações, cumprimentado seus apoiadores e feito discursos igualmente golpistas. No último domingo (3), Bolsonaro disse querer “um governo sem interferência, que possa trabalhar para o futuro do Brasil”. “Acabou a paciência”, completou.
Nesse mesmo ato, dois jornalistas foram agredidos com chutes e pontapés. Avisado de que isso tinha acontecido, Bolsonaro respondeu que o “pessoal da Globo vem aqui falar besteira. Essa TV foi longe demais”.
A PGR agora investiga o financiamento e a organização dessas manifestações.
Um grupo de bolsonaristas, chamado “os 300 do Brasil”, montou um acampamento próximo da Praça dos Três Poderes. O grupo é comandado pela influenciadora Sara Winter. Em seu Youtube, ela disse que existe um “QG” onde as pessoas que estiverem cansadas de ficarem acampadas podem “dormir, tomar banho”. Os acampados também estão sendo alimentados pela organização.
Sara afirma que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o responsável pelo desastre do governo Bolsonaro, que não tem conseguido governar.
“O acampamento acaba quando o Rodrigo Maia cair. Acaba quando todos nós, de maneira, se for preciso, coercitiva, fazermos (sic) os ministros do STF entenderem que eles não são 11 semideuses”, disse.
Em um vídeo divulgado pelas redes sociais, outros dois organizadores do acampamento afirmam que um comboio de apoiadores, muitos deles militares da reserva, chegaria na sexta-feira (8) para apoiá-los.
“Nós temos um comboio organizado para chegar a Brasília até o final dessa semana, no dia 8 de maio de 2020. Pelo menos com 300 caminhões, muitos militares da reserva, muitos civis, homens e mulheres, talvez até crianças, para virem para cá para Brasília, para nós darmos cabo dessa patifaria que está estabelecida no nosso país há 35 anos, por aquela casa maldita ali, Supremo Tribunal Federal, com 11 gângster, que têm destruído a nossa nação. São aliados com o Foro de São Paulo e o narcotráfico internacional”, disseram os bolsonaristas.
Um dos dois organizadores do acampamento está envolvido na tentativa de Bolsonaro de criar o Aliança pelo Brasil.