PGR pede mais tempo para investigar propina de R$ 46 milhões que o PT pagou ao MDB em 2014

Procuradora-geral da República Raquel Dodge. Foto: Carlos Moura - SCO - STF

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 60 dias para que sejam aprofundadas as investigações a senadores do MDB, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, e o ex-ministro Guido Mantega, do PT. Eles são acusados por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Os senadores do partido de Temer são Eunício de Oliveira (CE), Renan Calheiros (AL), Dário Berger (SC), Eduardo Braga (AM), Jader Barbalho (PA) e Valdir Raupp (RO).

As investigações começaram após a delação premiada de Ricardo Saud, da JBS, e do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Dodge aponta que, em sua delação, Sérgio Machado narrou “ter chegado ao seu conhecimento que o Grupo JBS faria doações à bancada do Senado do PMDB, no montante aproximadamente de R$ 40 milhões, a pedido do PT, para as eleições de 2014”.

Também durante delação, Saud confirmou o pagamento de R$ 46 milhões à bancada. A propina foi mascarada sob a forma de doação eleitoral, mas a Procuradoria-Geral da República mostra que foi vantagem indevida, para que o MDB, na época PMDB, apoiasse Dilma Rousseff nas eleições de 2014.

Joesley Batista, da JBS, disse em depoimento que se reuniu, em 2014, com Guido Mantega, que exercia o cargo de Ministro da Fazenda de Dilma, e que este pediu para que o pagamento ao PMDB fosse efetuado.

Para Raquel Dodge, “o conjunto de elementos probatórios até agora arrecadados revelam a absoluta viabilidade da investigação em curso”. “A interrupção prematura desta apuração impedirá, de plano, o exaurimento de hipótese investigativa em exame”, completou.

A procuradora anunciou que ainda faltam ser examinadas diversas questões, como as doações eleitorais feitas do grupo J&F, e seus braços, ao PMDB e repassada aos diretórios estaduais os documentos apresentados pelos colaboradores.

Agora cabe ao ministro do STF, Edson Fachin, relator do caso, acatar ou não ao pedido.

P. B.

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