Taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB, abaixo dos 17,1% verificado no mesmo período do ano anterior
O Produto Interno Bruto (PIB)- a soma de todos os bens e produtos finais da economia brasileira – cresceu 0,8% nos primeiros três meses de 2024, em comparação com o trimestre imediatamente anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (4).
Após a estagnação econômica no segundo semestre de 2023 (alta de 0,1% no 3º tri e queda de -0,1% no 4º tri) a economia brasileira volta a reacender no primeiro trimestre deste ano, por influência do setor de Serviços (alta de 1,4%) – puxado pelo Comércio (avanço de 3,0%) – e da agropecuária (cresceu 11,3%), ambas altas em relação ao quarto trimestre de 2023.
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destaca que a contribuição para alta do PIB no primeiro trimestre, dentro do setor de serviços, veio do “comércio varejista e os serviços pessoais, ligados ao crescimento do consumo das famílias”.
Por outra via, a indústria iniciou mais um ano em baixa performance. O setor variou em queda de -0,1% frente ao quatro trimestre de 2023, com os recuos nas atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,6%), Construção (-0,5%) e Indústrias Extrativas (-0,4%).
Já a Indústria de Transformação cresceu 0,7% frente ao trimestre imediatamente anterior, apesar do Banco Central (BC) permanecer com sua política de hostilidade contra a oferta de crédito e o consumo de bens e serviços no país, ao estabelecer uma taxa básica de juros (Selic) em níveis escorchantes, hoje em 10,5% ao ano.
Na taxa acumulada dos últimos quatro trimestres, em relação ao mesmo período do ano anterior, a Indústria da Transformação e a Construção variam em queda de -0,6% e -0,3%, respectivamente.
Pela ótica do consumo, também em comparação ao quatro trimestre de 2023, a Despesa de Consumo das Famílias cresceu 1,5% e a Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos em máquinas e equipamento, etc., avançou 4,1% – alavancado “pelo aumento na importação de bens de capital, no desenvolvimento de software e na construção”, disse o IBGE, em nota.
Nos últimos quatro trimestres, a Formação Bruta de Capital Fixo apresenta um recuo de -2,7%, frente ao mesmo período do ano anterior (-3%)
Já a taxa de investimento ficou em 16,9% do PIB no primeiro trimestre de 2024, um resultado abaixo do que foi observado para o mesmo período do ano anterior (17,1%). “A taxa de investimentos ficou praticamente no mesmo patamar do ano passado, pois em 2024.I, tanto os investimentos quanto o PIB cresceram”, explica Rebeca Palis.
Por sua vez, as despesas de Consumo do Governo demonstram estagnação, ao variarem em 0% de crescimento no primeiro trimestre deste ano.
Pela demanda externa, as exportações de bens e serviços do país subiram 0,2%, enquanto as importações cresceram 6,5%, entre a passagem do último trimestre de 2023 para o primeiro trimestre de 2024.
Em relação ao primeiro trimestre de 2023
O PIB brasileiro cresceu 2,5% frente ao primeiro trimestre do ano passado. Nesta base de comparação, o PIB da Indústria registra alta de 2,8%, puxado pelas atividades extrativas (5,9%) e de transformação (1,5%); o do Serviços marca alta de 3,0%, destaque para o avanço de 3,0% no Comércio; e o da Agropecuária recuou 3,0%, devido a queda na produção de soja (-2,4%) e milho (-11,7%).
No Consumo, todos os componentes pesquisados apresentaram saldos positivos: Despesa de Consumo das Famílias (4,4%), Despesa de Consumo do Governo (2,6%), Formação Bruta de Capital Fixo (2,7%). No setor externo, as exportações cresceram 6,5%, enquanto as importações avançaram 10,2%.