Agropecuária cresceu 15,1%, Indústria 1,6% e Serviços 2,4%
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9% em 2023, impulsionado pelo recorde da safra de grãos de soja e milho, com a Agropecuária registrando alta de 15,1% no ano, segundo dados das Contas Nacionais, que foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (1º). A Indústria e Serviços tiveram crescimento de 1,6% e 2,4%, respectivamente.
Em termos nominais, o PIB, que é soma de todo o conjunto de bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 10,9 trilhões em 2023.
Com o fim dos efeitos da supersafra de grãos a partir do segundo semestre de 2023, a economia brasileira desacelerou na comparação trimestre com o trimestre anterior e fechou o último semestre do ano estagnada: 1º trimestre (1,3%); 2º trimestre (0,8%); 3º trimestre (0,0%) e 4º trimestre (0,0%).
Em 2023, em meio aos juros altos do Banco Central (BC), os investimentos no Brasil tombaram em -3,0% no ano, conforme o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que mede a ampliação da capacidade produtiva por meio de investimentos em máquinas e equipamentos, construção, etc.
Os investimentos em máquinas e equipamentos recuaram -9,4% no ano passado. Em 2022, a queda foi de -7,4%.
Com esses resultados, a taxa de investimento no ano passado ficou em 16,5% do PIB, o que é 1,3 ponto percentual (p.p) abaixo do que foi registrado em 2022 (17,8%). A taxa de investimento é um bom termômetro para avaliar em que condições se encontra a economia, já que ela indica a proporção da renda no país que se destina à ampliação da capacidade produtiva.
Pelo lado da demanda, ainda, o Consumo das famílias regrediu, saiu dos 4,1% em 2022 para 3,1% em 2023, e as Despesas do governo caíram de 2,1% para 1,7%.
Do lado da oferta, a Indústria brasileira, que correspondeu por 25,5% do PIB de 2023 (em valor adicionado a preços básicos), apresentou um crescimento 1,6% em relação a 2022. Este resultado só foi possível pelo comportamento da indústria extrativa (petróleo e gás natural e de minério de ferro) que cresceu 8,7% e pela indústria de serviços de utilidade pública (+6,5%) como Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, por exemplo.
A indústria de transformação, responsável por cerca de 85% da indústria brasileira, recuou -1,3% frente a 2022, um desempenho negativo causado principalmente pelos recuos nas fabricações de produtos químicos, máquinas e equipamentos; metalurgia e indústria automotiva. Na indústria da construção, a queda foi de -0,5%.
Já Serviços, segmento com a maior participação no PIB (67,4%), cresceu 2,4%, com o Comércio apresentando uma variação de apenas 0,6% de crescimento. No ano passado, o Comércio correspondeu a 12% na participação do PIB.
Mesmo com o impulso dado pela supersafra histórica de soja (alta de 27,1%) e milho (alta de 19,0%), a Agropecuária segue tendo a menor participação no PIB (7,1%) entre as principais atividades econômicas no país.