Segunda queda seguida. “Não é surpresa que os juros em patamares elevados tenham se refletido em dificuldade para a economia no segundo semestre”, diz coordenadora da pesquisa
O Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas (FGV) apontou recuo de -0,4% no Produto Interno Bruto em setembro na comparação com agosto, a segunda queda consecutiva na atividade econômica, quando recuou -0,8% no mês anterior.
“Não é surpresa que os juros em patamares elevados tenham se refletido em dificuldade para a economia no segundo semestre. Graças aos estímulos fiscais que ocorreram na economia ao longo do ano, o início do enfraquecimento econômico de certa forma demorou a chegar”, diz Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
“Estímulos fiscais” que não passaram de medidas eleitoreiras de Bolsonaro para tentar a reeleição. Com os juros altos, preços dolarizados, desemprego elevado e renda achatada, a economia continua estagnada, sem investimentos públicos, obras paradas e inflação nas alturas.
A produção industrial brasileira caiu -0,3% no terceiro trimestre e as vendas no varejo e o setor de serviços patinaram em torno de zero. O setor de serviços não avançou nem 1% em setembro na comparação com agosto.
Segundo o Monitor do PIB, no terceiro trimestre a economia variou 0,4% na comparação com o segundo trimestre, resultado com variação menor do que foi observado nos dois primeiros trimestres do ano.
Na série trimestral interanual, o consumo das famílias segue impulsionado pelo consumo de serviços (+5,6%), mas destaca-se a queda continuada do consumo dos produtos duráveis desde o terceiro trimestre de 2021. A Formação bruta de capital fixo (FBCF) cresceu 5,6% no trimestre, principalmente, pela importação de máquinas e equipamentos.