PIB fica em 0,1% no terceiro trimestre

Trajetória descendente se mantém no terceiro trimestre - Imagem criada a partir da modificação de infográfico do G1

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu apenas 0,1% no terceiro trimestre deste ano, mantendo uma trajetória descendente, na comparação com os três meses anteriores. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Não deixa de ser impressionante – porque parece uma loucura, se não fosse um estelionato – a suposta (ou encenada) comemoração do governo e de alguns órgãos da mídia por um resultado evidentemente desastroso. A mais ridícula de todas foi a aparecida em um jornal supostamente dedicado à economia, segundo o qual, “Sem agropecuária, PIB cresceria em torno de 0,6% no trimestre“.

Além do problema de que é impossível retirar a agropecuária da economia, sem ela todo o resultado do PIB desabaria, pois, no ano, é apenas o resultado positivo da agropecuária que impede o número que expressa o PIB de afundar em um abismo. Por fim, retirar a agropecuária para acrescentar 0,5 pontos percentuais no PIB parece coisa, realmente, de maluco – com todo respeito aos malucos verdadeiros.

Em termos reais, o PIB do terceiro trimestre deste ano retroagiu ao nível daquele de sete anos atrás, com a menor taxa de investimento (16,1% contra 16,3% no terceiro trimestre do ano passado) de toda a série estatística atual do IBGE. A taxa de investimento deste trimestre é inferior, mesmo, à do terceiro trimestre do ano de 1996 (18,7%), há 21 anos atrás, quando o governo Fernando Henrique devastava o país.

No ano, o PIB acumula um crescimento pífio de 0,6%, exatamente devido à agropecuária, que avançou 14,5%. Os demais setores da economia estão em queda, no acumulado do ano.

A atividade na indústria recuou 0,9%, com a retração na construção civil (-6,1%) influenciando negativamente o resultado. A indústria de transformação – o setor decisivo para o crescimento -, segundo o resultado divulgado pelo IBGE, em 2016, baixou sua participação no PIB para apenas 11,9%, inferior à de 1947 (19,9%), quase 70 anos antes.

Já o setor de serviços, também tem, até setembro, resultado negativo (-0,2%), influenciado pela queda nas atividades de informação e comunicação (-2%) e atividades financeiras (os bancos restringiram mais ainda o crédito ao público) , de seguros e serviços relacionados (-1,8%).

Apesar de ter subido pela primeira vez em 16 trimestres no período de julho a setembro, o investimento acumula queda de 3,6% no ano.Ressalte-se que em termos de percentagem do PIB – ou seja, taxa de investimento – ele continuou caindo, como já mencionamos, encontrando-se abaixo do terceiro trimestre de 1996.

No mesmo período a despesa de consumo das famílias avança 0,4% e os gastos do governo recuam 0,6%. As importações de bens e serviços sobem 3,9%, e as exportações, 4%.

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