O Produto Interno Bruto (PIB) do México despencou após a assinatura do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (TLCAN), revelou o pesquisador Arnulfo Gómez, especialista em comércio internacional da mexicana Universidade Anáhuac.
Conforme dados do FMI, descreve o estudioso, o país que era a oitava economia do mundo em 1981 e aportava 2,65% do PIB mundial, caiu para o nono lugar em 2011, com 2,18% de participação na riqueza mundial, e despencou para a décima quinta posição no ano passado, com apenas 1,45%.
Assessor do governo do Canadá durante as negociações do TLCAN – que entrou em vigor em janeiro de 1994 -, ele lembrou que o PIB per capita mexicano foi jogado ao piso depois da aprovação deste tratado e outros 11 acordos subseqüentes. “O mais preocupante é que em 1981, o PIB per capita mexicano era de US$ 4.142. 48% acima da média mundial (US$ 2.799) e, para 2001, esta cifra se reduziu a 29%. Já em 2017 ficou -13% abaixo da média mundial, o que nos fala da queda estrepitosa do bem-estar da maior parte dos mexicanos”, assinala.
De acordo com o estudo, o México registra enormes retrocessos em todas as suas variáveis econômicas e no bloco do TLCAN foi quem mais perdeu participação na geração da riqueza e na exportação em escala mundial no período 2001-2017.
Há três décadas, o PIB per capita nacional ultrapassava em 48% a média mundial, ressaltou Gómez, sublinhando que a enorme contração é uma demonstração inequívoca de que os chamados “acordos comerciais” não geraram nem riqueza nem empregos bem remunerados, como o alardeado. Exatamente a mesma cantilena, alertou, que agora repetiram para a aprovação pelo Senado, no dia 24 de abril, do Tratado Integral e Progressista de Associação Transpacífico (CPTPP).
Desde quando se negociou o TLCAN até o momento, quando passaram pela presidência Carlos Salinas de Gortari, Ernesto Zedillo, Vicente Fox, Felipe Calderón e Enrique Peña Nieto, assinalou, a política e a estratégia de comércio exterior tem sido a de assinar compulsivamente tratados e eliminar unilateralmente impostos, num programa permanente de desindustrialização que tem fragilizado a economia e ampliado a dependência do país.