O monitor do PIB (Produto Interno Bruto) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) aponta mais um mês de estagnação da atividade econômica do país. Segundo estudo divulgado pela entidade nesta segunda-feira (22), em agosto o PIB brasileiro teve variação de 0,2% na comparação com julho, seguindo a tendência de inércia característica da recessão.
De acordo com o histórico de 2018 do Monitor da FGV, os resultados desde o início do ano mostram um PIB que agoniza no fundo do poço, em uma linha do tempo de variações nulas – a exceção dos meses de maio e junho, por conta da greve dos caminhoneiros:
Janeiro: -0,4%
Fevereiro: 0%
Março: -0,3%
Abril: 0,6%
Maio: -3,1%
Junho: 3,3%
Julho: 0,3%
Agosto: 0,2%
Os economistas da FGV reconhecem que “os resultados de agosto apontam, no geral, para a ‘estabilidade’ da atividade econômica” em torno do zero. Aos resultados alguma coisa positivos eles atribuem à “retirada atípica do mês de maio” quando ocorreu a greve dos caminhoneiros.
Apesar das tentativas do governo federal de propagandear uma suposta recuperação econômica, especialmente em 2018, os dados e a realidade mostram que a economia do país continua moribunda e muito abaixo de níveis de crescimento, investimento e emprego atingidos antes da recessão – pois, um crescimento que não é pautado no investimento público e na capacidade de consumo da população, é simplesmente impossível de se sustentar.
O Ibre/FGV que usa os mesmos critérios que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que é quem divulga oficialmente o PIB do país – deu conta de que os níveis de investimento (relação entre o PIB e a Formação Bruta de Capital Fixo) em agosto de 2018 estavam cerca de 6 pontos percentuais abaixo do atingindo em 2013, de 24,2%.
Por outro lado, o Brasil desfila níveis recorde de desemprego e subemprego. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) do IBGE, no trimestre encerrado em agosto faltava trabalho para 27,5 milhões de pessoas e o número de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) chegou a 4,8 milhões de pessoas.
Além do desemprego, o salário mínimo brasileiro, hoje a miséria de R$ 954,00, segue desvalorizado. Nos últimos anos, os índices de reajuste real foram baixíssimos, sendo nos últimos dois anos, reajustes abaixo da inflação.
PRISCILA CASALE