O monitor do PIB (Produto Interno Bruto) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou dados do terceiro trimestre que divergem da leitura do Banco Central sobre a atividade econômica do país.
No primeiro, a FGV identificou que no trimestre encerrado em setembro houve variação positiva no PIB de 1% na comparação com o trimestre anterior. Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma “prévia” do PIB, apresentou um crescimento de 1,74%.
O PIB é formado por todos os bens e serviços produzidos no país e é considerado nosso parâmetro de crescimento. O resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que já antecipou que o crescimento do país foi de 0,1% no primeiro trimestre e de 0,2% no segundo trimestre.
Monitor
De acordo com a FGV, o crescimento de 0,4% da atividade econômica em setembro completou a variação positiva de 1% no acumulado do trimestre. O monitor usa os mesmos critérios que o IBGE e deu conta de que os níveis de investimento (relação entre o PIB e a Formação Bruta de Capital Fixo) em setembro estavam cerca de 7 pontos percentuais abaixo do atingindo em 2013, de 24,2%.
As exportações também tiveram importância significativa – crescimento de 3,2% no trimestre. As vendas externas continuam se concentrando em produtos primários (+10,8% agropecuária e +17,4% extrativa mineral). A exceção de bens de capital, todos os produtos industrializados tiveram resultados negativos, fazendo com que o componente apresentasse taxa de -1,8%.
Por outro lado, as importações registraram grande expansão, de 14,6% – com desempenho positivo para todos as categorias de bens.
Previsão
Apesar da recessão ainda ser uma realidade e os índices de desemprego estarem altíssimos, o IBC-Br ainda prevê que a atividade doméstica do país crescerá 1,4% em 2018.
O Brasil desfila níveis recorde de desemprego e subemprego. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad-Contínua) do IBGE, no trimestre encerrado em agosto faltava trabalho para 27,5 milhões de pessoas e o número de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) chegou a 4,8 milhões de pessoas.
PRISCILA CASALE