
O comerciante que virou governador disputa com o clã dos Bolsonaro quem é o mais capacho de Trump
O comerciante, dono e uma rede de lojas em Minas Gerais, que se tornou governador do estado, Romeu Zema, acha que o Brasil deve obedecer às ordens ridículas de Trump e se afastar do BRICS (conjunto de países que não para de se fortalecer e que, juntos, já somam 40% do PIB do planeta e metade da população do mundial). Ou seja, Zema quer que o Brasil largue tudo isso e se torne uma colônia ou um reles quintal dos Estados Unidos.
Assim como o resto da família Bolsonaro, que se desmascarou como traidores da pátria ao apoiar a agressão de Donald Trump contra o Brasil, Romeu Zema também fez a sua genuflexão diante da arrogância da Casa Branca. Ele atacou o presidente Lula no exato momento em que o país inteiro se unia para enfrentar as chantagens tarifárias de Trump. O governador achou natural a afronta à soberania nacional da Casa Branca ao sancionar autoridades para chantagear o Poder Judiciário do Brasil.
“Pigmeu” Zema, como ele é conhecido nas alterosas, quer o Brasil agachado e submisso. Ele afirmou que o grupo de cooperação geopolítica é um dos principais motivos para as tarifas comerciais impostas ao Brasil por Donald Trump. “Os países integrantes do grupo aprofundaram a discussão sobre a criação de sistemas de pagamento alternativos ao dólar, proposta que vem sendo discutida pela organização desde 2023. O gesto pode ser interpretado como um desafio gratuito aos Estados Unidos”, disse. Um gesto de soberania e altivez do governo brasileiro é visto pelo cidadão como um “desafio gratuito” ao “reizinho” da Casa Branca.
O Brasil é fundador do BRICS. Este é um grupo de cooperação internacional composto originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Recentemente, o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos também passaram a fazer parte do bloco. Mais quarenta países querem aderir ao grupo. Ele hoje já movimenta um comércio entre eles de US$ 1 trilhão, em grande parte usando moedas locais. A poderosa articulação foi criada para fortalecer a cooperação entre países emergentes.
Como disse a ministra do Planejamento, Simone Tebet, “o BRICS não é problema para o Brasil. Muito pelo contrário, ele é a solução para o desenvolvimento do Brasil”. O alargamento de relações econômicas e comerciais com os integrantes do BRICS é exatamente o que pode fazer o Brasil não ficar vulnerável a ameaças e chantagens. A diversificação das relações econômicas é um trunfo para o Brasil. Aliás, não é só o Brasil, mas o mundo todo que está percebendo que não deve se pendurar no “Titanic” americano. O centro dinâmico do mundo hoje já não está mais no norte.
Mostrando o mesmo desconhecimento revelado por Trump, Romeu Zema insinuou que o Brasil se daria melhor dando exclusividade aos EUA em seu comércio. Esqueceu que o Brasil é deficitário com os EUA. “Uma ferramenta útil apenas para um grupo de líderes autoritários que gostam de sinalizar sua oposição ao mundo ocidental, particularmente contra os Estados Unidos”, disse ele. O Brasil, ao contrário do que diz Zema, só tem a ganhar com o BRICS. Só o comércio com a China tem um volume de US$ 188 bilhões com um superávit favorável ao Brasil que chega à metade de todo o saldo comercial do país.