Depois que o aliado tentou matar dois policiais federais, ele disse que não o conhecia. É um viciado na mentira, como diz Lula. “Bolsonaro mente tanto que até acorda de madrugada para inventar mais mentiras”, lembra o ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) fez o que sabe durante a sabatina na Record neste domingo (23). Mentiu o tempo todo. A começar pela afirmação de que o Brasil não entrou em crise durante a pandemia. Ao contrário do que ele disse, o primeiro ano de pandemia, 2020, registrou quedas históricas do Produto Interno Bruto (PIB) e aumento do dólar.
MENTIU SOBRE A CRISE
O PIB caiu 4,1% ante 2019, o terceiro pior resultado da história. O dólar, por sua vez, encerrou aquele ano com ganho acumulado de mais de 29%, deixando o real com o segundo pior desempenho global no ano em meio à pandemia de covid-19.
A mais sem vergonha de todas as mentiras contadas por Bolsonaro na entrevista foi dizer que ele não tem amizade ou relacionamento com Roberto Jefferson. Aliás, ao longo do domingo ele afirmou que nunca foi fotografado junto com o criminoso que tentou matar dois policiais federais neste domingo. Diversos órgãos de imprensa mostraram dezenas de fotos dos dois juntos.
“NÃO CONHEÇO ROBERTO JEFFERSON”
Não há como desvincular Jefferson de Bolsonaro. O ex-deputado, já preso por corrupção, além de aliado de primeira hora do fascista do Planalto, agrediu a ministra Cármen Lúcia exatamente em defesa de seu aliado Bolsonaro. Ela havia decidido apoiar as medidas judiciais contra as fake news fabricadas freneticamente pelo bolsonarismo.
Foi Jefferson que viabilizou a candidatura do Padre Kelman, a sinistra figura que serviu de linha auxiliar de Bolsonaro no debate da Band. Foi a campanha de Jair Bolsonaro que festejou o desempenho do padre durante o debate. Foi Bolsonaro quem enviou o ministro da Justiça para a casa de Jefferson no dia da prisão com o intuito de ajudá-lo a se safar. Como ele resistiu à prisão e atirou até granada nos policiais, Bolsonaro foi obrigado a recuar e tentou se desvencilhar de seu aliado.
Bolsonaro repetiu também a falácia de que em seu governo não há corrupção. A corrupção de Bolsonaro já vem de antes do governo. Ele era o chefão do esquema de rachadinha envolvendo seus filhos. Só Flávio Bolsonaro desviou, segundo o Ministério Público do Rio, R$ 6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Estado, através do esquema de funcionários fantasmas que devolviam parte dos salários. Até familiares de milicianos participavam do esquema.
CORRUPÇÃO SE AGIGANTOU NESTE GOVERNO
Durante o governo, os valores roubados pela família Bolsonaro se agigantaram. No Ministério da Educação, por exemplo, os prefeitos disseram em depoimento que eram obrigados a pagar propina até em barras de ouro para poderem ter acesso às verbas destinadas à construção e reformas de escolas. Na Saúde, foi descoberto – e abortado pela CPI da Pandemia, o esquema de cobrança de um dólar por cada dose de vacina que seria comprada da Índia.
O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por se envolver em contrabando de madeira. Para a PF, ele se envolveu em venda ilegal de madeira. Salles chegou a atrapalhar a ação policial que havia feito a maior apreensão de madeira ilegal da história brasileira. Foi visto junto aos madeireiros ilegais e trabalhou para a demissão do delegado responsável pela operação.
Mas, o maior esquema de corrupção de todos os tempos foi mesmo a criação do chamado “orçamento secreto”. São R$ 19 bilhões só este ano que estão sendo desviados secretamente para o esquema criminoso montado pelo governo e seus cúmplices no Congresso Nacional. Nunca se viu, desde o escândalo dos “anões do orçamento”, nada parecido em termos de desvio de dinheiro público. A senadora Simone Tebet afirmou que é o maior esquema de corrupção do planeta.
ORÇAMENTO SECRETO
Bolsonaro mentiu dizendo que vetou o orçamento secreto e que o Congresso derrubou o veto. Foi ele quem se acertou com o centrão e encaminhou, em dezembro de 2019, um projeto de lei que criou a emenda RP9, ou seja, a emenda de relator, que é secreta, e por onde corre a roubalheira do governo em sua política de comprar apoio político.
Bolsonaro seguiu mentindo dizendo que Lula vai liberar as drogas. Muito mais próximo disso está ele, que vem facilitando a compra de armas pelo crime organizado e pelas milícias. Não há no plano de governo de Lula nenhuma palavra a esse respeito. No documento enviado ao TSE, o candidato defende uma nova política sobre drogas “focada na redução de riscos, na prevenção, tratamento e assistência ao usuário” e “enfrentamento e desarticulação das organizações criminosas”.
Bolsonaro e seus apoiadores: Daniel Silveira, Roberto Jefferson, Gabriel Monteiro, Arthur do Val e Alberto Pazuelo