Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 45% trabalhadores beneficiados pelo fundo PIS/PASEP, devem usar o benefício para pagar dívidas em atraso. A pesquisa foi realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC, em 12 capitais das cinco regiões brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém).
Os recursos do fundo PIS/PASEP começaram a ser liberados para trabalhadores de todas as idades, na terça passada (14). Conforme a pesquisa, o percentual sobe para 57% considerando a camada de consumidores com menor renda (classes C, D e E). O SPC aponta ainda que 30% dos entrevistados devem pagar despesas do dia a dia com o saldo disponível e 15% que anteciparão o pagamento de contas não atrasadas, “como prestações da casa, do carro ou crediário”.
Outra sondagem, realizada pelo SPS e CNDL no mês de julho, demonstra que 84% dos consumidores disseram que o quadro econômico atual se mantém ruim ou muito ruim. O dado é mais uma demonstração de que a recuperação econômica de Temer só existe para os defensores do “ajuste fiscal”, que vem aprofundando a crise no país desde 2014. Além dos que consideram o quadro econômico ruim, 13% acham que é regular e apenas 2% acreditam que esteja bom.
Dos 84% que acham que a situação econômica do país está ruim ou muito ruim, 73% atribuem como principal razão o desemprego no país, 59% têm a percepção de que os preços vêm aumentando, 39% dizem que as taxas de juros seguem em alta. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, “o achatamento da renda e o desemprego mostra que, no dia a dia do consumidor, pouca coisa evoluiu com relação ao período mais agudo da crise. A recuperação da confiança requer uma retomada mais vigorosa da economia, que aqueça o mercado de trabalho, mas isso não deve ser visto no horizonte dos próximos meses”, analisou a economista.