
Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) disse ao portal Metrópoles que a sanção contra Moraes é o maior absurdo que ele já viu na vida política e que Trump deveria cuidar dos Estados Unidos
O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, expulsou o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) após elogios ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, e recado ao presidente dos EUA, Donald Trump, para “cuidar dos Estados Unidos”.
A decisão foi sumária, não houve processo, contraditório, nem tampouco possibilidade de defesa. Pelo visto, a tal “liberdade de expressão”, tão defendida pelos bolsonaristas, é só retórica para as redes digitais e a imprensa.
E mais uma vez, Valdemar se escuda na bancada para tomar decisão extremada e sem chance para o deputado se defender.
Em entrevista publicada pelo portal Metrópoles, nesta quinta-feira (31), Rodrigues disse que a aplicação da lei Magnitsky a Moraes é “absurda”.
“É o maior absurdo que já vi na minha vida política. O Alexandre é um dos maiores juristas do País, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo”, disse o deputado em entrevista ao portal Metrópoles.
O PL elegeu em 2022, 99 deputados, maior bancada da Casa. Hoje conta com 88, e depois da decisão de Valdemar, terá 87. Mas continuará sendo a maior bancada partidária da Câmara. A segunda é a da Federação composta por PT, PCdoB e PV, com 79 deputados.
LEI MAGNITSKY
A chamada “Lei Magnitsky” permite que os Estados Unidos punam cidadãos estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala.
As sanções, divulgadas nesta quarta-feira (30), podem dificultar o acesso de Moraes à série de serviços financeiros e tecnológicos. É claro que Moraes não está nem aí para as sanções.
NOTA DE VALDEMAR
Por meio de nota, Valdemar confirmou a expulsão. “Antônio Carlos Rodrigues acaba de ser expulso do Partido Liberal (PL). A pressão da nossa bancada foi muito grande.”
“Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho.”
“Trump é o presidente do país mais forte do mundo. O que precisamos é de diplomacia e de diálogo, não de populismo barato, que só atrapalha o desenvolvimento da nossa Nação. Chega de arrumar confusão. Temos que arrumar o Brasil.”
BAJULAÇÃO, CAPACHISMO E SUBMISSÃO
Atitude duríssima com o deputado, como se lê na nota, contrasta com a decisão do presidente do PL, por “pressão da bancada”.
A nota é bajuladora dos Estados Unidos: não pode atacar Trump, mesmo que ele ataque o Brasil, com sanções absurdas e infundadas.
É capacha, porque, ao fim e ao cabo, faz coro com os interesses unilaterais do país estrangeiro em detrimento com os do Brasil.
E, finalmente, se submete de maneira vil à tentativa de os Estados Unidos subjugar o Brasil, por meio da economia, com intromissão em assuntos absolutamente internos, como é o caso do julgamento, pelo STF, da trama golpista liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.