
“E à própria democracia”, destaca a ministra, reprovando deputados da base do governo que assinaram o pedido de urgência para livrar os criminosos
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, disse que é uma “profunda contradição” de alguns deputados da base do governo Lula terem assinado o PL que garante “a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo, inclusive matar o presidente Lula”.
“É um absurdo apoiar urgência para um projeto sendo da base do governo, trata-se de uma grave afronta ao Judiciário e à própria democracia. Urgência é preciso para projetos que beneficiam o povo brasileiro e não para proporcionar golpe continuado”, declarou Gleisi.
O projeto da impunidade serve “para garantir a impunidade de Bolsonaro e de quem mais tentou derrubar este governo, inclusive matar o presidente Lula”.
O governo não está engajado em uma “operação retaliação” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas está buscando mostrar para os deputados a “gravidade política, jurídica e institucional que significa apoiar este projeto”, continuou.
Ao todo, os partidos da base do governo Lula deram 146 assinaturas para o pedido de urgência que foi apresentado pelos bolsonaristas. As assinaturas são de deputados do União Brasil, PP, Republicanos, PSD e MDB.
DECISÃO SERÁ DOS LÍDERES
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de quem é a palavra final sobre pautar ou não o pedido de urgência que foi apresentado, disse que os líderes da Casa é que decidirão as pautas.
“Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, falou.
Apesar de não citar diretamente o PL da “anistia”, Hugo Motta fez a publicação em suas redes sociais no momento em que um dos principais debates no país é sobre esse assunto.