A Presidência da República retirou de seu site as fotos com Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, condenado por corrupção, no evento de posse da nova ministra da Secretaria de Governo, deputada Flávia Arruda (PL-DF).
As fotos com o corrupto podiam ser acessadas pelo Flickr do Palácio do Planalto até a tarde da terça-feira (6). Na noite do mesmo dia, o link das fotos com Valdemar da Costa Neto dizia que “parece que a foto ou vídeo que você está procurando não existe mais”.
Das 81 fotos do evento disponibilizadas pelo governo, Valdemar da Costa Neto não aparece em nenhuma.
Até mesmo nas fotos publicadas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, Valdemar da Costa Neto não é mostrado.
Apenas nas fotografias publicadas pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), Valdemar aparece sentado e com sua máscara na mão, ou através das imagens da TV Brasil.
Valdemar Costa Neto foi julgado e condenado por corrupção no processo chamado de “mensalão” a sete anos e dez meses de prisão. Cumpriu pena em regime semiaberto e aberto e cumpriu o resto em casa, usando tornozeleiras.
A aproximação de Jair Bolsonaro com Valdemar da Costa Neto vem de longe e reforçou-se recentemente com o presidente voltando a se aproximar dos parlamentares do centrão para tentar fugir do impeachment.
Assim, Valdemar conseguiu nomear aliados para a chefia de fundos bilionários, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e, agora, ganhou um Ministério.
Flávia Arruda foi anunciada para a Secretaria de Governo no fim de março, quando outras cinco mudanças em Ministérios aconteceram.
Flávia agradeceu, em seu discurso, a Valdemar “de forma muito especial e carinhosa” e disse que a “democracia contemporânea exige uma engenharia política, baseada em uma coalizão parlamentar que permita a governabilidade”.
Flávia é deputada federal licenciada e antes da posse estava na presidência da Comissão Mista do Orçamento.
Ela é casada com o ex-governador do Distrito Federal, Roberto Arruda (PL), condenado e preso por corrupção. Durante seu governo, foi flagrado recebendo propina de um grande esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.
No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, cuja gestão foi marcada pela estupidez e brigas com países parceiros, como a China, saiu do governo, a contragosto de Bolsonaro, após uma avalanche de pedidos pela sua demissão.
Além dele, saiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, que não compactuou com os planos golpistas de Jair Bolsonaro.
Também houve mudanças nas chefias da Advocacia-Geral da União (AGU), Casa Civil e Ministério da Justiça.