
Está “bastante completo, bem feito” disse o vice-presidente. Ele destacou que governo federal está buscando “permanentemente o diálogo” com os EUA
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo federal está tentando “permanentemente no diálogo” visando os Estados Unidos, mas que avançou na elaboração do plano de contingência para responder às taxas anunciadas por Donald Trump contra o Brasil.
“Nós estamos permanentemente no diálogo e quero dizer a vocês que nós estamos dialogando neste momento pelos canais institucionais e com reserva”, disse Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Alckmin comentou que “o plano de contingência está sendo elaborado, bastante completo, bem feito”.
As declarações do vice-presidente se deram após solenidade, na segunda-feira (28), em que o presidente Lula sancionou o Acredita Exportação, programa de apoio a micro e pequenas empresas exportadoras com a devolução de impostos no valor de até 3% de suas receitas.
Nesta terça-feira (29), Alckmin declarou aos jornalistas que o plano “que está sendo bem trabalhado só deve ser discutido se consumada a questão dos 50%. Nós não vamos esmorecer, vamos trabalhar permanentemente para evitar que isso ocorra”.
O vice-presidente afirmou que o governo está trabalhando para que todas as empresas não sejam agravadas, não apenas alguns setores.
“Nós estamos trabalhando para que a diminuição da alíquota seja para todos. Não tem justificativa você ter uma alíquota de 50% para um país que é um grande comprador de você, em que você tem uma balança comercial superavitária”, disse Alckmin, que declarou ainda que pretende avançar “em todas as convergências” com os Estados Unidos.
Ele também descartou pedir prorrogação de prazo para as tarifas vigorarem.
Geraldo Alckmin contou que se reuniu com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, para discutir o tema. Porém, Donald Trump tem centralizado toda a discussão e não dá sinais de querer negociar.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou aos Estados Unidos para participar de reuniões na ONU sobre a crise e as guerras no Oriente Médio. O chanceler se mostrou disposto a conversar e negociar com o governo Trump.
Em nota divulgada na segunda-feira, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disse que “a soberania do Brasil e o Estado democrático de direito são inegociáveis”. “No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais”, afirmou.
“Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica”.
E acrescentou:
“Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica. Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano. O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços”.