O novo Plano Diretor de Negócios e Gestão de 2018 a 2022 da Eletrobras, publicado na última segunda-feira (18), prevê um corte de 44,7% nos investimentos em relação plano ao anterior. Assim, o governo e a direção da Eletrobras pretendem forçar ainda mais a privatização da companhia, já o documento deixa como única possibilidade, para o aumento no investimento, a receita das privatizações das hidrelétricas.
O Plano basicamente desmonta a Eletrobrás, e prevê investimentos de R$ 19,7 bilhões entre 2018 e 2022, frente aos R$ 35,766 bilhões previstos no plano 2017 a 2021. A justificativa da Eletrobras para esta redução é que não há investimentos adicionais em distribuição de energia por conta da expectativa de venda das concessionárias.
No plano, a Companhia reafirma a decisão de deixar o setor de distribuição. “A saída da companhia do segmento de distribuição, como controladora de distribuidoras, poderá contribuir para a melhora do Ebitda da Eletrobras e também evitará desembolso de recursos pela Eletrobras para financiar déficit de caixa e investimentos dessas distribuidoras, contribuindo para o atingimento da estratégia de redução do indicador dívida líquida/Ebitda”, destaca.
A Eletrobras lembrou que o plano de desestatização, proposto pelo Ministério de Minas e Energia (MME) ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (CPPI), deverá ocorrer sem participação do Governo Federal, que terá sua fatia no controle das ações diluída.
A empresa alongou o prazo para a venda das suas seis distribuidoras no Norte e Nordeste, caso a privatização delas não seja concluída. No documento destaca que “a depender da deliberação a ser tomada pela 169ª Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada em 28 de dezembro” [na qual está prevista para ser votada a modelagem de privatização das distribuidoras] a venda do controle dessas empresas “poderá ocorrer até 31 de julho de 2018”. A Eletrobras pretende privatizar a Amazonas Energia (AM), a Eletroacre (AC), a Ceron (RO), a Boa Vista Energia (RR), a Cepisa (PI) e a Ceal (AL).
A Eletrobras também decidiu promover um Plano de Incentivo ao Desligamento (PID), com estimativa de reduzir sua folha de pagamento demitindo de 3.017 trabalhadores. O custo estimado para o desligamento será de R$ 965 milhões.
Mas segundo propaganda Governo Federal, “o leilão vai gerar economia na conta de luz ao longo dos 30 anos de concessão e mais de 17 mil empregos”.