Afirmação no mesmo sentido partiu do Ministérios das Relações Exteriores da China, ao destacar que o êxito do evento no Egito, que reúne mais de 20 países do mundo árabe e de vários países ocidentais, depende que todos os acordos sejam cumpridos, particularmente a “criação de um Estado da Palestina”.
A Cúpula de Paz que está ocorrendo em Sharm el-Sheikh, no Egito, nesta segunda-feira (13) só colocará um fim definitivo à agressão a Gaza por Israel – e dará estabilidade ao Oriente Médio – com a “a criação de um Estado palestino”, assinalaram os Ministérios das Relações Exteriores da Rússia e da China.
O evento ocorre após um acordo de cessar-fogo inicial entre Israel e o movimento palestino de resistência islâmica Hamas, que incluiu a libertação de reféns e passagem livre da ajuda humanitária. Dirigida pelos presidentes Donald Trump (EUA) e Abdel Fattah al-Sisi (Egito), a cúpula reúne, entre outras, lideranças do Reino Unido, Alemanha, Indonésia, Jordânia, Itália, Catar, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Arábia Saudita, Turquia e França. As importantes diplomacias russa e chinesa não foram convidadas sem qualquer justificativa.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse desejar “sinceramente sucesso ao evento”: “Espero que todos os acordos sejam cumpridos, embora ouçamos declarações tanto do Hamas quanto de Tel Aviv de que nada acabou ainda e assinalando que a crise pode recomeçar”.
RETIRADA DAS TROPAS ISRAELENSES DE GAZA E AJUDA HUMANITÁRIA
“Acredito que é muito importante que aqueles que iniciaram este fórum, acima de tudo, o presidente Trump, com o apoio do presidente egípcio, a liderança do Catar e a Turquia, impeçam tal desenvolvimento e se concentrem principalmente na necessidade de um cessar-fogo imediato e na observância do curso político que foi acordado para a retirada das tropas israelenses na Faixa de Gaza, a liberação da ajuda humanitária e, certamente, a restauração deste lugar significativo na Terra, que provavelmente sofreu mais do que outros territórios ao redor do mundo nos anos do pós-guerra”, assinalou o ministro das Relações Exteriores russo.
Lavrov foi enfático ao observar que “a solução a longo prazo desta situação só será possível se as decisões das Nações Unidas sobre a criação de um Estado palestino forem cumpridas”.
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, ressaltou que acolhe com satisfação todos os esforços para restaurar a paz e salvar vidas. A avaliação chinesa é que o desastre humanitário em Gaza é uma mancha no século XXI, e a consciência da humanidade precisa ser despertada.
Neste sentido, a China apela a três aspectos: primeiro, esforços conjuntos devem ser envidados para alcançar um cessar-fogo genuíno, abrangente e duradouro, aliviar eficazmente a crise humanitária e restaurar a estabilidade regional. Segundo, o consenso alcançado pela comunidade internacional sobre “palestinos governando a Palestina” deve ser cumprido, e quaisquer acordos para o futuro de Gaza devem respeitar a vontade do povo palestino. Terceiro, a direção principal da Solução de Dois Estados deve permanecer inabalável.
Somente através do estabelecimento de um Estado da Palestina independente e da concretização dos direitos legítimos da nação palestina poderão eliminar as injustiças históricas e as causas profundas da violência, alcançando uma coexistência pacífica duradoura entre Palestina e Israel. Conforme o pronunciamento, a China está pronta para continuar a trabalhar com a comunidade internacional, dedicada a esforços incessantes pela paz e estabilidade duradouras no Oriente Médio.