Em comunicado ao mercado, o presidente da Eletrobrás Wilson Ferreira Jr informou que essa semana vai abrir mais um plano de demissões na empresa. O novo PDV (Plano de Demissão Voluntária 2019) será implantado simultaneamente na holding, na Cepel, na CGTEE, na Chesf, na Eletronuclear, na Eletronorte, na Amazonas GT, na Eletrosul e em Furnas. A meta é o desligamento de 2.187 funcionários.
O desmonte da estatal, iniciado no governo Dilma e continuado com Temer, tende a avançar aceleradamente no governo Bolsonaro.
De 2016, quando a atual direção da Eletrobrás assumiu o comando – mantida por Bolsonaro -, até agora, já foram mais de 10 mil demissões. O sistema Eletrobrás, que tinha cerca de 26 mil funcionários, passou a ter um pouco mais de 15 mil trabalhadores. Somente em 2018, foram lançados dois planos de demissão.
A Eletrobrás é uma das estatais entre os projetos de desestatização em andamento, que foi mantido por Bolsonaro. Pelo projeto, a privatização da Eletrobrás será feita através da emissão de ações.
O desmonte da empresa, já bem avançado com a venda de subsidiárias na área de distribuição e participações em empresas de geração eólica e de transmissão e cortes profundos nos empregos tem sido a fórmula para tornar a empresa “mais atraente para investidores”, defendida por Wilson Ferreira Jr. e a equipe econômica de Bolsonaro, que não gostam de usar a palavra privatização, mas “capitalização no mercado de capitais”.
A proposta defendida por Wilson Ferreira é, inclusive, que “o ideal é que a participação do governo na Eletrobrás fique abaixo dos 50%”, conforme afirmou em entrevista no início de janeiro.
Além do desemprego em si, inclusive de profissionais altamente qualificados e com a experiência de anos na empresa, as consequências dessas demissões serão o aumento da precarização, do risco e sobrecarga do trabalho de quem fica na empresa, e consequentemente a piora no atendimento e serviço prestado.