A Petrobrás divulgou, na terça-feira (4), seu Planejamento Estratégico até 2040 e o Plano de Negócios e Gestão para o período de 2019 a 2023, aprovados pelo Conselho de Administração da estatal. Em continuidade à política de desmonte da estatal, o conselho prevê a arrecadação de US$ 26,9 bilhões de dólares com o chamado “desinvestimento”, ou Gestão Ativa de Portfólio, que não passa da privatização de ativos estratégicos e a preço de banana.
Como disse Fernando Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet), em audiência pública das comissões de Trabalho e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, na mesma terça-feira (4), os valores adquiridos com a entrega do patrimônio “representam muito pouco em relação à capacidade da Companhia de gerar recursos e manter o seu patrimônio”. Para Siqueira, o plano visa o desmonte da estatal. (Vídeo da audiência no final da matéria).
Além da entrega do petróleo brasileiro às multinacionais, os atuais administradores pretendem entregar refinarias, dutos, terminais, transporte e comercialização, desmontando toda a rede do poço ao posto. Aumentando a exportação de petróleo cru e a importação de derivados.
“A exploração e produção continua como o mais importante motor de geração de valor da companhia, permanecendo o foco no desenvolvimento da produção em águas profundas, notadamente nas áreas do pré-sal. O refino, transporte e comercialização continuarão atuando de forma integrada ao E&P, mas com um novo modelo de participação da Petrobras, considerando parceria com outras empresas, e no caso da petroquímica, uma melhor exploração do seu potencial de integração com o refino”, disse a atual administração.
O anúncio dos atuais diretores da companhia de que vão concentrar seus investimentos apenas em exploração e produção foi duramente criticado pelos palestrantes. “A Petrobrás está na contramão do que ocorre no mundo, onde as petroleiras caminham no sentido da integração cada vez maior de todas as atividades relacionadas à produção de energia. Atividades de refino, de distribuição e comercialização de derivados”, denunciou Siqueira.
Serão investidos US$ 84,1 bilhões em suas atividades produtivas, cerca de US$ 10 bilhões a mais do que o previsto em seu último plano de negócios. Desse total, US$ 68,8 bilhões (70%) serão destinados à produção, a maior parte no pré-sal onde a empresa mantém “parcerias” com petrolíferas multinacionais. Na área de refino, o investimento previsto é de apenas US$ 1,3 bilhão. O “plano de parcerias em refino”, já divulgado anteriormente, prevê a entrega às múltis de 60% das refinarias brasileiras.
Audiência pública na íntegra
Aprendemos no segundo grau que o Brasil é uma colônia de exploração e os Estados Unidos uma colônia de povoamento
Resumidamente: não é para viver aqui