Um dos principais políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Romero Jucá (RR) foi reconduzido à presidência do PMDB. A decisão, que alonga o mandato de todo o comando do partido até 2 de março de 2019, foi tomada na última quarta-feira (21) pela própria executiva nacional do partido.
Romero Jucá é investigado em 13 inquéritos (sete dos inquéritos estão no âmbito da Lava Jato) e já foi denunciado em três deles. As denúncias foram oferecidas ao STF em agosto de 2017, pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob acusação de ter recebido R$ 150 mil em propina para favorecer a Odebrecht na tramitação de duas medidas provisórias; corrupção na Transpetro; e favorecimento ao grupo Gerdau.
As acusações contra ele estão inscritas no âmbito das investigações de corrupção apuradas pelas operações Lava Jato e Zelotes, ao pagamento de propina na construção da hidrelétrica de Belo Monte e na Transpetro, uma subsidiária da Petrobrás.
O senador é líder do governo Temer no Senado, assim como liderou os governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).
Além da recondução da direção nacional, a reunião da cúpula peemedebista também definiu os termos da distribuição dos recursos do fundo eleitoral para campanhas a deputado e senador, com vistas às eleições de outubro próximo. Cada deputado federal receberá R$ 1,5 milhão para tentar se reeleger, enquanto os senadores irão ganhar R$ 2 milhões.
Essa distribuição dos recursos do fundo eleitoral foi uma promessa do senador para garantir sua recondução à presidência da sigla. Segundo o jornal “O Globo”, os parlamentares exigiram que o compromisso assumido por Jucá fosse registrado na ata da reunião da executiva.
O senador ressaltou que estão nesse grupo apenas os parlamentares que já têm mandato, e não qualquer candidato. Ele disse ainda que os valores a serem destinados para os outros candidatos – governo estadual e, eventualmente, presidência – serão definidos só depois que o tamanho do fundo eleitoral for definido.
Jucá foi apanhado nas gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, colaborador da Justiça, conspirando contra a Operação Lava Jato. “Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”, diz Jucá na gravação irritado com a Lava Jato. Ele também é o cara da “suruba”. Em fevereiro do ano passado, Jucá estava comentando a proposta em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir o foro privilegiado dos políticos e falou: “Uma regra para todo mundo (a restrição do foro privilegiado) para mim não tem problema. Se acabar o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”.