O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (29) o retrato da destruição da economia nacional provocada pela insistência do governo Temer, e do anterior, em manter o país atrelado à orgia neoliberal. Estamos literalmente no fundo do poço em termos da precarização da mão de obra. Assistimos pequenas oscilações, hora para cima, hora para baixo, mas sempre mantendo a queda do emprego formal.
Este é o caso da variação da chamada população desocupada, que, no ano passado era de 12,1 milhões de pessoas, chegando a 12,6 milhões no trimestre de agosto a outubro, e que agora teve uma pequena redução de 0,6 ponto percentual no trimestre de setembro a novembro, em comparação com o período anterior. A taxa de desocupação (que não deve ser confundida com número de pessoas sem ocupação), que era de 11,9% no ano passado, foi a 12,6% no trimestre de julho a setembro e agora está em 12%.
A variação da população desocupada, verificada neste trimestre, infelizmente, como já havíamos dito ao comentar o resultado divulgado em outubro, não significou uma melhora da economia, como alardeiam os falsários do Planalto e seus marqueteiros. As 543 mil pessoas que deixaram a população desocupada, não encontraram um emprego de verdade. Elas foram se virar como puderam para não morrer de fome, no chamado trabalho informal ou no trabalho por conta própria. Nesta categoria estão aquelas pessoas que conseguem algum serviço temporário, ou um bico, por no mínimo uma hora por semana.
Neste mesmo trimestre, houve também um crescimento de 3,8% no número de trabalhadores sem carteira assinada, atingindo 11,2 milhões de trabalhadores nessas condições.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) Contínua, que compara um trimestre com o trimestre precedente e com o mesmo período do ano anterior, o número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,2 milhões) não variou frente ao trimestre anterior (junho-julho-agosto de 2017). Ou seja, não houve criação de empregos com carteira assinada. E, se comparado com o mesmo trimestre de setembro a novembro de 2016, 857 mil pessoas perderam o emprego com carteira assinada (-2,5%). Só neste ano 640 mil pessoas deixaram de ter emprego com carteira assinada (33,85 mil em janeiro e 33,21 mil em novembro).
Já o número de empregados precários, ou seja, sem carteira de trabalho assinada (11,2 milhões de pessoas), que, como os que trabalham por conta própria, são consideradas como ocupadas, cresceu 3,8% em relação ao trimestre anterior (mais 411 mil pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2016, subiu 6,9%, ou seja, mais 718 mil pessoas. Neste mesmo período, como dissemos antes, 857 mil pessoas perderam o emprego com carteira assinada, isto é, aqueles empregos reais, que eram protegidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Com esses resultados, nós podemos dizer que continuam válidas, ou seja, se mantém hoje, as afirmações do coordenador do IBGE, Cimar Azeredo, publicadas na edição da Hora do Povo de 6 de dezembro (confira no o link abaixo) sobre o trimestre anterior. “Não temos nesta pesquisa a geração de um posto sequer de carteira assinada”, disse ele, ao divulgar o resultado da PNAD Contínua de outubro. Lembremos que, também naquela época o IBGE registrou uma pequena redução na taxa de desocupação. Tanto em outubro quanto em novembro, essa redução foi por conta do aumento do número de trabalhadores sem carteira assinada, trabalhadores domésticos ou por conta própria.
www.horadopovo.org.br/ibge-nenhuma-vaga-com-carteira-assinada-foi-criada-neste-ano/