O percentual de famílias que vivem em extrema pobreza – ou seja, com renda per capita de até R$ 85 por mês – aumentou em 25 estados brasileiros, segundo estudo feito pela Tendências Consultoria.
Na média nacional, a miséria subiu de 3,2% para 4,8% da população entre 2014 e 2017. Nestes quatro anos, ela só não aumentou em dois dos 27 estados brasileiros, Tocantins e Paraíba.
Para Adriano Pitoli, diretor do órgão de consultoria, há uma forte correlação entre a crise econômica e a evolução da pobreza. “Não surpreende que os estados que mais sofreram com a recessão foram os que tiveram maior piora na pobreza extrema”, afirma.
Entre a região mais afetada está a do Nordesde, onde 7 estados tiveram uma piora da situação. Entre esses, Bahia, Sergipe e Piauí foram os estados da região com o maior crescimento da pobreza extrema. No Maranhão, ela chegou a 12% em 2017, o pior resultado do país.
Segundo Pitoli, a redução de gastos públicos afetou projetos de investimento do governo e pegou em cheio a região.
No conjunto, o estado que mais sofreu com a o aumento da pobreza extrema foi o Acre, com 5,6% da população. Enquanto isso, estados do Sul e Sudeste estão entre os menos prejudicados pela crise, apesar da piora generalizada.
O estudo ainda não levantou os dados de 2018, mas a expectativa, segundo Pitoli, é de que os índices continuem altos, já que não há sinais evidentes de recuperação da economia.