“Após o vendaval tóxico e destrutivo, é urgente e inadiável recuperar o IBGE”, afirma o economista
O economista e professor titular da Universidade Estadual de Campinas, Márcio Pochmann, assumiu a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (18). A cerimônia de posse do cargo, que ocorreu na sede do Ministério do Planejamento e Orçamento, em Brasília, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice- presidente Geraldo Alckmin, da ministra do Planejamento Simone Tebet, entre outras autoridades.
Em seu discurso, Pochmann afirmou que “a recuperação do IBGE é urgente e inadiável após o vendaval tóxico e destrutivo dos anos recentes que impuseram a realização do censo demográfico com atraso de 2 anos e com recursos orçamentários de apenas dois terços do total que havia sido comprometido em termos reais, no ano de 2010, último ano do 2º mandato do presidente Lula”.
Pochmann denunciou o sucateamento do IBGE ao longo dos últimos anos denunciando que “sem concursos públicos e sob rebaixamento salarial e precarização generalizada das condições de trabalho, o IBGE foi submetido a uma de suas piores situações vivenciadas desde 1936, quando foi constituído”.
Pochmann avalia que o governo Bolsonaro não conseguiu arruinar o IBGE porque houve “a resistência destemida e valorosa do seu corpo de servidores e colaboradores, com atuante e persistente ação sindical”. “Não fossem os servidores, encontraríamos uma instituição em plena ruína”, afirmou.
O economista destacou que “o IBGE é um reflexo da sociedade brasileira – revela quem somos, quantos somos e como vivemos. É uma espécie de guia para o país, capaz de mapear trajetórias e apontar soluções”. E ressaltou que os resultados das apurações que o Instituto realiza são orientadores das políticas públicas que o Brasil precisa.
“Ao decompor o campo do exercício da cidadania, por intermédio de radiografias nacionais, setoriais, regionais, locais, coletivas e individuais, o IBGE contribui para moldar o universo dos horizontes e expectativas do conjunto dos brasileiros. E é por isso que o Brasil precisa avançar mais rapidamente”, ressaltou o economista.
“Desemprego, pobreza, fome, degradação ambiental, pandemias e todas as formas de desigualdade e discriminação são problemas que demandam respostas socialmente responsáveis. Essa tarefa só é possível com o Estado indutor de políticas públicas”, afirmou.
Ao dar as boas-vindas ao novo presidente do IBGE, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que combater os problemas que geraram a desigualdade social é prioridade do governo atual.
“Caro Márcio Pochmann, bem-vindo à execução do objetivo maior deste governo, que é o de atacar as desigualdades, incluir o pobre no orçamento, tirar o Brasil do mapa da fome, construir um sistema tributário justo e propulsor do desenvolvimento, gerar emprego e distribuição de renda”, declarou a ministra, afirmando que todos no governo trabalham com esse mesmo objeto, e que “não há duas estradas, não há dois caminhos, não há mão e contramão”.
Simone Tebet também afirmou que “sob o comando do presidente Lula, estamos avançando na consolidação da democracia contra o autoritarismo, o negacionismo, os retrocessos civilizatórios. Unimos forças e unidos estamos todos nós trabalhando incansavelmente e sem trégua no projeto de união dos brasileiros, de reconstrução do Brasil”.
“A presença do presidente Lula na cerimônia”, destacou a ministra ainda, “é o reconhecimento da importância do IBGE como base de dados para que todas as políticas públicas possam, através da verdade, colocar os recursos públicos onde mais precisam”.
Marcio Pochmann é formado em pesquisa pela Universidade de Campinas (Unicamp) e Doutor em Ciências Econômicas.