O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), já tinha mandado desmontar o acampamento de grupos fascistas que ocuparam a Praça dos Três Poderes
A Polícia Civil do Distrito Federal cumpriu na manhã deste domingo mandados de busca e apreensão em um dos pontos de apoio de grupos bolsonaristas conhecidos como “300 do Brasil”, “Patriotas” e “QG Rural”. A ação ocorreu em uma chácara localizada na região de Arniqueiras, no Distrito Federal, a cerca de 25 km do centro de Brasília.
Os grupos são investigados por atos como os ataques simulados ao edifício do Supremo Tribunal Federal (STF) com fogos de artifício na noite do dia 13 de junho, horas após a Polícia Militar do DF desmantelar os acampamentos bolsonaristas na Esplanada dos Ministérios.
A polícia informou que foram apreendidos fogos de artifício, manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, aparelhos de telefone celular, um facão, um cofre e outros materiais destinados a manifestações. O cofre ainda será aberto, de acordo com os investigadores. Na chácara, havia duas casas e barracas instaladas.
O imóvel contava com câmeras de segurança que cobriam toda a sua extensão. A operação é parte de uma investigação da Polícia Civil sobre a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaças e porte de armas atribuídos ao grupo. Trinta policiais da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor) participaram da ação.
Integrantes do autointitulado “300 do Brasil” foram presos, entre eles Sara Giromini, conhecida como Sara Winter (nome de uma espiã nazista e amiga de Hitler) nas redes sociais. Ela fez ameaças diretas a integrantes do Supremo Tribunal Federal e teve a prisão efetivada em outra investigação, a pedido do Ministério Público Federal atendido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito sobre organização de atos antidemocráticos.
Este foi o grupo que recentemente mimetizou a marcha das tochas da Alemanha (marcha de comemoração pela chegada de Hitler o poder ) em frente ao STF.
O governo do Distrito Federal determinou à Polícia Militar de Brasília que desmantelasse o acampamento dos grupos de extrema-direita que ocuparam espaços da Praça dos Três Poderes e participavam de manifestações antidemocráticas de apoio a Bolsonaro e foram responsáveis por agressões a profissionais de saúde que faziam um protesto em frente ao Palácio do Planalto.
Depois da derrubada do acampamento os bolsonaristas tentaram invadir o Congresso Nacional, mas foram contidos pela polícia legislativa. Na mesma noite, após a retirada do acampamento, esses grupos atiraram os fogos de artifício contra o STF. Eles atacaram também Ibaneis Rocha (MDB), governador de Brasília.
Os integrantes do “QG Rural” permaneceram por vários dias em frente ao Ministério da Agricultura, onde foram visitados pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Além de ser multado em R$ 2 mil pelo governo do DF por não usar máscara e promover aglomerações, Weintraub reafirmou declarações polêmicas contra o STF no encontro que culminaram com o anúncio da sua exoneração na última quinta-feira (18). Weintraub foi nomeado por Bolsonaro para um cargo no Banco Mundial. O ex-ministro é investigado em inquérito que corre no STF sobre os ataques e ameaças aos membros do STF e do Congresso Nacional.
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