A Polícia Federal realizou nesta quarta-feira (9), em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), uma operação para desarticular cinco grupos criminosos suspeitos de desviar recursos da União. Esse dinheiro tinha como destino a merenda de mais de 40 municípios do s estados de São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Bahia. Existem indícios do envolvimento de 13 prefeitos e 4 ex-prefeitos na operação intitulada como Prato Feito.
A investigação começou após o Tribunal de Contas da União perceber os desvios em licitações relacionadas à merenda. Empresas que já eram investigadas pelo Ministério Público são citadas na operação desta quarta.
Estão sendo investigados 65 contratos suspeitos na área da educação que somam R$ 1,6 bilhão e que estão relacionados a 5 núcleos empresariais. Entre estas empresas estavam o Grupo Bueno e o Grupo Coan, que atuavam junto ao ERJ , grupo ligado à Geraldo J. Coan & Cia, o empresário da Máfia da Merenda. 154 mandatos de busca foram cumpridos.
De acordo com a Polícia Federal, os grupos criminosos agiriam contatando prefeituras por meio de lobistas, para direcionar licitações que usavam recursos federais. Esses contratos eram feitos para fornecer merenda escolar, uniformes, material didático e outros serviços a escolas municipais. Todas as medidas foram expedidas, a pedido da PF, pela 1ª Vara Criminal Federal de São Paulo e pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
“O que é chocante são os registros na inexecução contratual da merenda escolar. Nós tivemos registro, ao longo destes anos, do fornecimento de lanche para uma criança de uma bolacha maisena com leite diluído, suco substituindo o leite”, disse a delegada Melissa Maximino Pastor. “Temos áudio de empresários que falavam ‘cor ta a carne, fornece ovos todos os dias para estas crianças'”, afirmou a delegada.
No total, 85 pessoas estão sendo investigadas: além dos prefeitos e ex-prefeitos, 1 vereador, 27 agentes públicos e outras 40 pessoas da iniciativa privada. Se condenados irão responder os crimes de fraude de licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, com penas que chegam a 12 anos de prisão.