O subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, foi preso em Campos dos Goitacazes. Outros dois alvos ainda não foram localizados pelos agentes da PF
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (16) um bombeiro militar do Rio de Janeiro em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, em uma operação que investiga elementos que organizaram e financiaram os atos terroristas em Brasília, em 8 de janeiro. Outros dois alvos de mandados de prisão não foram localizados ainda pelos agentes da PF.
O subtenente do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro Roberto Henrique de Souza Júnior, de 52 anos, lotado em Guarus, no Norte Fluminense, é suspeito de organizar e financiar os atos terroristas. Ele está há 33 anos na corporação e foi preso em casa, em Campos dos Goytacazes.
O bombeiro estaria entre os organizadores e financiadores dos atos praticados por hordas de fascistas ligadas a Jair Bolsonaro que foram a Brasília para destruir a sede dos Três Poderes da República.
Assim como vários outros terroristas, o bombeiro de Campos também tinha pendências com a Justiça. Em agosto do ano passado, ele foi condenado pela Justiça Eleitoral por mau uso do fundo partidário. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, o então candidato não prestou suas contas de campanha, motivo pelo qual foi obrigado a devolver R$ 4 mil.
Os investigados estão sendo acusados de associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais, em razão dos ataques em Brasília. A operação também apura a participação dos alvos na organização de atos golpistas em frente a quartéis em Campos dos Goytacazes e de bloqueios de vias em atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições.
Bolsonaro divulgou, logo após as depredações das sedes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, um post questionando o resultado das eleições. A Procuradoria Geral da República (PGR) viu nisso um incitamento ao crime e pediu a inclusão do ex-presidente no inquérito que investiga os atos terroristas. Bolsonaro é suspeito de ser um dos autores intelectuais do atentado.
O secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Leandro Monteiro, condenou a participação do militar nos atentados.
“O Corpo de Bombeiros do Rio repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado Democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público e em associações criminosas visando à incitação contra os poderes institucionais estabelecidos, o que é inadmissível”, disse Monteiro.
Os criminosos quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas. No mesmo dia e na segunda (9), mais de 1,8 mil pessoas foram detidas – e 1,3 mil permaneceram presas.
A PF apura, ainda, a atuação de outras pessoas na organização e financiamento dos atentados. Na terça-feira (10), a corporação prendeu em Goiás Ana Priscila Azevedo, filmada participando dos atos, e apontada como uma das organizadoras dos ataques. E, nesta segunda, o subtenente Souza Júnior.
Também foram detidos o ex-secretário de Segurança Pública e ex-ministro da Justiça Anderson Torres, aliado de Bolsonaro (PL), e o ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto. Ambos foram presos por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Nossa justiça brasileira é uma vergonha,condenar alguém pôr não uso de máscara, enquanto isso solta traficante e bandido um atrás de outro.
O papel da Justiça é aplicar a lei. Se o sujeito traficou drogas ou não usou máscara, quando a lei o proibia de fazer isso, deve ser condenado. Aliás, não usar máscara durante uma pandemia não é um ato leve. É um crime contra a população. Principalmente quando o cidadão é presidente da República – e deveria dar o exemplo, tanto no combate à pandemia quanto no cumprimento das leis.