A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira (11), mais dois suspeitos de envolvimento no massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), que deixou 10 mortos em 13 de março, entre eles os dois assassinos.
De acordo com as informações iniciais da polícia, um dos homens presos nesta quinta vendeu a arma utilizada na escola. Não há informação sobre o motivo da prisão do outro suspeito.
Na tarde de ontem, quarta-feira (10), um mecânico já havia sido preso por ter vendido a munição utilizada pelos criminosos. O mecânico Cristiano Cardias de Souza, conhecido como ‘Cabelo’, teve a prisão temporária decretada pela Justiça. Policiais da delegacia de Suzano, responsável pela investigação do caso, fizeram campana na casa do suspeito, na área rural da cidade, e conseguiram capturá-lo nesta tarde. Não houve resistência.
A arma foi vendida pela internet. Ele deve responder por homicídio com dolo eventual. Os autores do massacre usaram um revólver calibre 38 com numeração raspada.
Ainda, segundo informações iniciais da investigação, rastros deixados pelos dois assassinos em redes sociais, celulares e em suas casas permitiram que a polícia pudesse chegar ao homem que comercializou a arma. Cabelo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) e para a delegacia da cidade, onde prestou depoimento sobre o caso.
O CASO
Cabelo teria negociado a venda do revólver, com a numeração raspada, e de munições com o menor que liderou o ataque à escola. As conversas entre os dois ficaram gravadas no whatsapp, analisadas pelos investigadores.
O próprio autor do crime teria ido buscar o revólver. A principal hipótese é de que o outro atirador – Luiz Henrique de Castro, de 25 anos – tenha pagado pela arma, por ser o único a ter renda própria. Jardineiro, ele recebia cerca de R$ 1,5 mil por mês.
A Polícia Civil pediu a preventiva de Souza por crime de homicídio, que foi aceita pela Justiça. Para os investigadores, Souza assumiu o risco de provocar mortes ao vender uma arma de fogo ilegal, sem número de série e a um menor de idade.