A Polícia Civil de São Paulo resgatou, nessa terça feira (15), 33 bolivianos de trabalho análogo à escravidão, na cidade de Carapicuíba. As vítimas ficavam confinadas em oficinas clandestinas onde trabalhavam até 14h por dia. Os donos também eram bolivianos.
O dono de uma das oficinas negou que estivesse explorando os seus funcionários: “eu dou tudo para eles. Alimentação, todas as coisas.”
Segundo informações exibidas pelo SPTV (2ª edição), os trabalhadores ficavam em alojamentos nos fundos das oficinas, cujas condições eram extremamente precárias, sem ventilação, com entulhos e fiação exposta. Além disso, tinham que pagar aos donos aluguel e comida, de modo que ficavam sempre devendo, não podendo voltar para a Bolívia ou mesmo procurar trabalho em melhores condições.
“O aluguel eu pago R$ 1.300 reais. A comida também tem que pagar 600 ou 700 reais para um mês. […] Por isso que a gente trabalha mais horas para cobrir o monte de gasto que vai ter”, disse uma das trabalhadoras resgatadas.
A Pólicia Civil chegou aos locais por conta de um boletim de ocorrência e uma denúncia. “Não há nenhum direito trabalhista assegurado. Os valores que eles recebem pelo trabalho, que é por produção, não cobrem os gastos que eles têm com alimentação e estadia, de modo que sempre ficam devendo para o dono do negócio. Ficam privados de sair do local, sem condições de voltar para seu país de origem”, disse o delegado responsável pelo caso.
Quatro donos das confecções foram presos em flagrante. As vítimas foram ouvidas e liberadas, ficando a cargo da Polícia Federal verificar se a situação delas no país é legal.