
As diversas categorias de policiais federais, em franca mobilização por reajuste salarial e reestruturação de carreira, marcaram um calendário de paralisações, atos e protestos com início nesta semana.
Os servidores da segurança pública definem como “vergonhosa” a maneira como estão sendo tratados por Bolsonaro, que, segundo eles, “se elegeu com a bandeira da segurança pública”, e agora “desrespeita” e “desvaloriza” a categoria.
Os policiais rejeitaram com “indignação e repúdio” o anúncio do governo de que seria concedido um reajuste de apenas 5% aos servidores, e, ainda, sem qualquer negociação em relação à reestruturação da carreira, reivindicada pelas entidades da segurança pública.
“A categoria teve significativas perdas, como desamparo à família do policial morto em serviço; redução real do salário, ante o aumento da alíquota da contribuição previdenciária; trabalho em regime de sobreaviso não remunerado ou compensado; diárias cujos valores não pagam todos os gastos do policial com hospedagem, alimentação e transporte durante a missão, tendo o servidor que custear o restante com o próprio salário”, diz nota da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF).
Em assembleia, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) definiu três manifestações para os próximos dias: uma na próxima quinta-feira (12), em todos os estados, e outra no dia 19, também em caráter nacional. No dia 1º de junho, eles vão participar da marcha em Brasília organizada pelos servidores da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“A depender do ambiente político, podemos convocar assembleia e definir algo mais incisivo”, informou o presidente da Fenapef, Marcus Firme. O dirigente da Federação ressalta que, além de o reajuste de 5% não repor as perdas salariais, a categoria sofre com os efeitos negativos da reforma da Previdência. De acordo com Marcus, houve forte achatamento salarial, uma vez que a alíquota aumentou de 11% para 14% e, em alguns casos, como dos delegados, para 16%.
Para a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), que está puxando a “marcha nacional” em Brasília, no dia 1º de junho, não serão mais “tolerados ou aceitos pela categoria, os sucessivos atos de desrespeito e desvalorização cometidos por um governo que, para promoção político-ideológica, se utiliza dos números e do trabalho de excelência realizado por cada PRF, com o risco da própria vida, em benefício da sociedade, no estrito cumprimento do seu dever funcional”.
Segundo a FenaPRF, “o sistema sindical dos Policiais Rodoviários Federais também dará apoio amplo e irrestrito para todos aqueles que, se sentindo inconformados com a atual situação, decidam entregar o cargo de chefia que ocupam atualmente”.