Policial Kueng, atuante no assassinato de George Floyd, pega só três anos de prisão

Alexander Kueng (centro) teve sentença abrandada para “homicídio culposo”, após participar na morte de George Floyd (Composição)

Reconhecido participante no brutal assassinato por asfixia do afro-americano George Floyd, o ex-policial J. Alexander Kueng teve sua sentença emitida por um tribunal de Minnesota, sexta-feira (9), a “homicídio culposo em segundo grau” e a pena reduzida a tão somente três anos e meio de prisão.

Ao confessar-se culpado por ter ficado com os pés nas costas de George Floyd enquanto este agonizava ao vivo durante nove minutos e meio, desarmado e algemado, com o pescoço sob o joelho de um policial branco racista, a “Justiça” norte-americana retirou a acusação de ajuda e cumplicidade no assassinato. O clamor das ruas exigiam punição a uma morte com requintes de crueldade ocorrida em 25 de maio de 2020.

NÃO CONSIGO RESPIRAR”

Floyd morreu aos 46 anos, depois que o policial Derek Chauvin pressionou seu pescoço com a cumplicidade dos colegas, enquanto o cidadão negro repetia inúmeras vezes: “Não consigo respirar”. Gravada por um celular, a frase ecoou pela mídia e repercutiu nas redes sociais do mundo inteiro. A acusação? Floyd era suspeito de ter usado uma nota falsa de 20 dólares falsa para pagar uma compra.

Estampando a gravidade das injustiças raciais e da situação de impunidade, mesmo a chamada “reforma policial” de Biden não proíbe os “estrangulamentos” nem abole a “exclusão de ilicitude” – expediente através do qual o policial diz que atirou por se sentir ameaçado, na prática uma licença para matar e ficar impune.

MAIS CÚMPLICES DO ASSASSINATO

Outro policial, Thomas Lane, segurou as pernas de Floyd, e o agente Tou Thao impediu que testemunhas interviessem.

Kueng participou da audiência por videoconferência, direto de uma prisão federal em Ohio, onde já cumpre outra sentença. Embora tivessem o direito de dar declarações, diante da dor, os familiares de Floyd preferiram o silêncio.

Em outubro, Kueng também havia se declarado culpado de homicídio culposo em segundo grau, mas teve o seu pedido rejeitado pela Corte americana. Seu advogado, Thomas Plunkett, tentou dividir a culpa com o Departamento de Polícia de Minneapolis, alegando que a instituição falhou ao fornecer treinamento inadequado.

Conforme Matthew Frank, da Procuradoria-Geral de Minnesota, Kueng “fez menos do que alguns dos espectadores tentaram fazer para ajudar o Sr. Floyd”.

Chauvin cumpre atualmente pena de 22 anos e meio de prisão, após ser condenado por um tribunal estadual por acusações de homicídio e homicídio agravado. Ele também cumpre simultaneamente uma sentença federal de 21 anos.

Kueng, Thao e Lane foram condenados no tribunal federal em julho por privar Floyd de seus direitos civis. Lane cumprirá dois anos e meio de cadeia, Kueng, três anos e Thao, três anos e meio.

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