Alerta emitido pelo próprio Ministério da Saúde admite a possibilidade do retorno de doenças como a poliomielite e o sarampo no Brasil. A volta dessas doenças, que já tinham sido erradicadas do país é resultado direto dos cortes orçamentários realizados pelos governos Temer e Dilma.
As campanhas de vacinação e o acompanhamento das crianças nas unidades de saúde foram deixadas de lado e, agora, o governo tenta responsabilizar os pais pela falta de vacinação.
As autoridades sanitárias reconhecem que há cerca de 500 casos confirmados e mais de 1,5 mil em investigação nos estados do Amazonas e Roraima, região Norte do país.
Além do sarampo, a poliomielite preocupa também. Apesar de o Brasil não registrar casos de poliomielite há 28 anos, o Ministério da Saúde alertou que todas as localidades com cobertura vacinal abaixo de 95% estão sob ameaça de surto da doença, destacando 312 municípios brasileiros, especialmente na Bahia, onde a vacinação não chegou a atingir 50% da população.
Segundo informações da Agência Brasil, entre as cidades onde a situação é mais grave, 15% estão na Bahia e 14,29% no Maranhão, ambos os estados na Região Nordeste do país. No Sudeste, São Paulo tem 44 municípios sob alerta e no Espírito Santo não há cidades com risco elevado — assim como em Brasília (DF) e Rondônia. “Uma cidade com esses indicadores tem todas as condições de voltar a transmitir a doença em nosso país. Será um desastre para a saúde como um todo”, comentou Carla Domingues, coordenadora do Programa de Imunização.
VACINAÇÃO
Em 2017, 22 unidades da Federação não atingiram a cobertura considerada ideal durante a campanha de vacinação contra a poliomielite: pelo menos 800.000 crianças ficaram sem o esquema vacinal completo, que compreende três doses do imunizantes.