As propostas de Bolosnaro que afrouxam a fiscalização de trânsito são um fracasso de público. É o que mostra a pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira (15).
Segundo a pesquisa, 68% são contra o fim da exigência de cadeirinha para crianças nos veículos e 67% são contra acabar com os radares que fiscalizam o excesso de velocidade nas estradas federais.
Para 56%, dobrar o número de pontos (de 20 para 40) na carteira que levam à suspensão do direito de dirigir é errado. Apenas 41% são favor.
Até mesmo entre os eleitores bolsonaristas as propostas são impopulares. 63% dos consultados que apoiam Bolsonaro são contra o fim da multa para transporte de crianças sem cadeirinha. Apenas 35% dos bolsonaristas apoiam.
Aumentar de 20 para 40 o limite de pontos da carteira de habilitação é medida rejeitada por 45% dos eleitores bolsonaristas e 52% apoiam.
O levantamento aponta que 41% acham que as medidas do governo tornarão o trânsito mais violento. Para 36%, a situação continuará igual. Outros 20% dizem que as medidas proporcionarão um trânsito mais seguro.
A pesquisa foi feita com 2.006 pessoas em 130 municípios brasileiros nos dias 4 e 5 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Bolsonaro entregou o projeto de lei (PL) com as mudanças para o trânsito no dia 4 de junho à Câmara dos Deputados.
Entre as propostas do PL de Bolsonaro estão:
1 – Fim da exigência de cadeirinha para crianças nos veículos;
2 – Aumento do total de pontos de infração de 20 para 40 pontos, antes da suspensão da carteira;
3 – Fim da exigência de exame toxicológico para motoristas profissionais;
4 -Veículos em circulação continuam obrigados a manter luz baixa durante em dia, mas só em rodovia de faixa simples. No caso de descumprimento, deixam de receber multas, embora continue o acréscimo de pontos de infração;
5 – Prorrogação da validade da CNH de 5 para 10 anos ou, no caso de idosos, de 2 e meio para 5 anos.
Na sexta-feira (12), o Datafolha publicou pesquisa desfavorável a outra medida de Bolsonaro. O levantamento mostrou que 70% da população brasileira rechaçam o projeto do governo para facilitar o porte de armas (nas ruas) no país. A pesquisa foi realizada entre 4 e 5 de julho.
Num outro ponto, a pesquisa ainda apontou crescimento do apoio à proibição da posse de armamento, no limite da margem de erro. De acordo com o instituto, a rejeição à posse (ter uma arma em casa ou no trabalho) aumentou de 64% a 66% desde abril e alcançou o maior patamar numérico em seis anos.