Jair Bolsonaro, mais uma vez, reagiu de forma agressiva por não ter como explicar o caso da empresa de Fabio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência, flagrada recebendo dinheiro de emissoras de TV e agências contratadas pelo governo.
Questionado sobre o caso por um repórter do jornal “Folha de S. Paulo”, o presidente partiu para agressões verbais contra o profissional.
“O senhor sabia dos contratos do Fabio, presidente?”, perguntou a reportagem do jornal, quando Bolsonaro chegou ao Palácio da Alvorada no início da noite de quinta-feira (16).
“Está falando da tua mãe? Você está falando da tua mãe?”, rebateu Bolsonaro. “Não, estou falando do secretário de Comunicação, do Fabio Wajngarten”, respondeu o jornalista.
O presidente não respondeu a pergunta sobre os contratos.
No final de dezembro, Bolsonaro havia disparado semelhante agressão a um dos repórteres que fazem plantão no Alvorada. Na ocasião, ele tentava acobertar os crimes do seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro.
Indagado se tinha algum comprovante da transação (o empréstimo que ele alegou fazer) com Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, que depositou vários cheques na conta de sua mulher Michelle, o presidente negou ter alguma nota comprovando o empréstimo que teria feito a Queiroz.
Questionado sobre o comprovante, Bolsonaro passou a provocar o jornalista. “Pergunta para a tua mãe o comprovante que ela deu pro teu pai, tá certo?”, disse ele.
O jornal Folha de S. Paulo informou que o chefe da Secom de Bolsonaro, desde que ele assumiu o cargo, teve pelo menos 67 encontros com representantes de clientes e ex-clientes de sua empresa FW Comunicação.
De acordo com os registros, 20 viagens foram custeadas com dinheiro público para parte dessas reuniões.
Para tentar mostrar que sua atuação é legal, Wajngarten alegou que se afastou do comando da FW Comunicação.
Wajngarten recebeu, por meio da FW, da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo Jair Bolsonaro.
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