A embaixadora de Trump na ONU, Nikki Haley, inesperadamente anunciou que estava deixando o cargo até o final do ano, notícia que surpreendeu a todos os que têm acompanhado sua performance como porta-desatinos da Casa Branca no fórum maior do planeta. Ao contrário da demissão do secretário de Estado Rex Tillerson, pelas redes sociais, Halley fez o comunicado ao lado – e sob elogios – do presidente Trump.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, lamentou a saída de Halley, que disse ser uma “pessoa carismática” e com quem tinha “um bom relacionamento pessoal e profissional, apesar de todas as diferenças que tivemos e temos”. “Era uma amiga para todos nós”.
Pelo relato, parece que quando o papo era sobre fitness, como as crianças estavam indo na escola, férias na praia ou último filme do Homem Aranha, não faltava entendimento e até simpatia. Agora, quando a ex-governadora abria a boca, para expressar os ‘conceitos’ trumpianos das relações entre povos e entre Estados …
Com toda a boa vontade de Nebenzia, vivia culpando a Rússia por quase tudo, defendendo o atropelo dos EUA às normas internacionais, ainda mais em relação ao Irã, e reclamando do “viés crônico anti-Israel” nos órgãos de direitos humanos da ONU. Chamava as condenações pró-forma da ONU ao massacre rotineiro de palestinos como “foco desproporcional” e “motivado por tendências políticas, não por direitos humanos”.
Nebenzia disse que a decisão de deixar o cargo é de Haley e deve ser respeitada, acrescentando que a Rússia “está pronta para trabalhar com qualquer embaixador que o presidente [dos EUA] nomear e o Senado aprovar”.
Analistas apressados ligaram sua saída às denúncias na mídia norte-americana sobre ter aceitado mimos como sete viagens de jatinho particular – mas isso, na alta cúpula do trumpismo, não é nem pecado venial. Trump prometeu indicar um substituto em duas ou três semanas. Foi a 11ª figura do mais alto escalão do governo Trump a cair fora.