Portal da Transparência sai do ar após divulgar gastos do governo com alimentos

Bolsonaro em churrascaria com artistas agride a imprensa por causa das milionárias latas de leite condensado. Foto: Reprodução - CNN

Logo após ser divulgado que os gastos com alimentos do governo federal em 2020 cresceu 20% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 1,8 bilhão, o site do Portal da Transparência ficou fora do ar.

O Portal é responsabilidade do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, criado em 2004.

Desde a noite de terça-feira (26) até a quarta-feira (27) não foi possível acessar o portal. A Controladoria-Geral da União (CGU) alegou que a razão da instabilidade na plataforma foi a grande quantidade de acessos, fora do habitual.

O levantamento feito pelo jornal Metrópoles identificou gastos milionários com bombons, chicletes, pizzas e refrigerantes.

No caso dos bombons, o Portal da Transparência informa que a unidade custou R$ 89 e foi comprada em uma padaria em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.

A “Estela Panificadora e Confeitaria” tem um capital social de R$ 100 mil, mas conseguiu uma licitação de R$ 1.010.042,33 para fornecer os bombons e outros produtos para o Exército na região.

O responsável pela panificadora, César Fernandes, disse que as informações são falsas e “isso é coisa do PT”.

Segundo ele, os R$ 89 são cobrados pela centena de bombons e que o sistema informa equivocadamente que é o valor unitário.

Atualmente, no endereço da padaria é possível encontrar apenas as portas fechadas e um banner informando o telefone. Na internet, é difícil encontrar o contato da empresa.

Os moradores dos arredores da padaria disseram ao site Bem Paraná que é raro ter movimento no estabelecimento que permanece sempre de portas fechadas. Um morador relatou que já viu uma geladeira e um freezer dentro do local, mas a maioria dos vizinhos disse que nunca viu as portas abertas.

O Portal da Transparência também informa que o Ministério da Defesa gastou R$ 162 em uma lata de leite condensado. A empresa que fez a compra, Saúde Vida Alimentos, disse que, na verdade, a compra foi de duas caixas de leite condensado, com 27 unidades cada.

No total, o governo federal gastou R$ 15 milhões em leite condensado.

Jair Bolsonaro, com a delicadeza que lhe é característico quando algo suspeito surge em seu governo, disse que o leite condensado era para “enfiar no rabo” da imprensa.

Bolsonaro discursou durante um almoço com artistas, como os cantores Amado Batista e Rick, da dupla Rick e Renner, em uma churrascaria de Brasília.

Um vídeo foi compartilhado por parlamentares no Twitter, como o deputado estadual Heni Ozi Cukier (Novo-SP).

Bolsonaro não quis explicar porque foram gastos R$ 2 milhões com chicletes e R$ 32,7 milhões com pizzas e refrigerantes, ainda mais quando ele mesmo diz que o país está quebrado.

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