Empresa LUMA Energy elevou em 70% o preço cobrado pela energia elétrica em um ano. Manifestantes exigem a reestatização para acabar com o abuso
Milhares de porto-riquenhos de diferentes setores sociais marcharam desde a Assembleia Legislativa até a sede do governo na capital San Juan, em repúdio à privatização da energia elétrica entregue à empresa LUMA Energy que no período de um ano provocou um aumento médio de 70% nas contas de luz.
Carregando faixas e vestindo camisas com mensagens como “Fuera LUMA” e “Basta já!”, os manifestantes denunciaram que o serviço de eletricidade piorou desde a chegada do consórcio, e alertaram que “o povo não agüenta mais um aumento”, referindo-se aos sete incrementos trimestrais consecutivos endossados pelo Departamento de Energia de Porto Rico.
A manifestação realizada na quarta-feira (20) tomou força quando o governador Pedro R. Pierluisi vetou o Projeto de Lei 1.383, que tinha como objetivo fixar como limite uma tarifa nunca superior a 20 centavos por quilowatt-hora como uma das condições para a reestruturação da dívida com os detentores de bônus, no valor de 9 bilhões de dólares.
Edwin Ortiz, porta-voz da organização ‘Um chamado à ação por Porto Rico’, enfatizou que eles buscam não apenas “tirar a LUMA”, mas que o sistema elétrico da ilha esteja “sob controle público” para “restaurar nossa rede e fazer a transição para energia renovável ”.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Elétrica e de Irrigação, (Utier), Ángel Figueroa Jaramillo disse que “é uma pena que o Governador com estas ações demonstre que continua a ser o advogado do Conselho de Fiscalização, órgão que não faz nada, e permite-lhe todos os seus caprichos”.
“Em vez de dar alívio aos porto-riquenhos assinando a lei que impediria novos aumentos na conta e estabeleceria uma taxa fixa de não mais de 20 centavos por quilowatt-hora, ele veta as medidas”, denunciou o sindicalista.
A porta-voz da Frente Cidadã de Auditoria da Dívida, Eva Prados, sustentou que “há mais de cinco anos lutamos contra o abuso e roubo com uma dívida que não foi auditada”. Afirmou ainda que há um novo plano que está sendo elaborado pelo Conselho Fiscal (JSF) “para que sejamos nós que paguemos a dívida do nosso bolso”.
Os protestos contra o aumento das tarifas de eletricidade também tiveram o apoio de vários legisladores do Partido Democrático Popular e do Partido da Independência de Porto Rico, ambos de oposição, assim como de prefeitos.