Em reunião de seu Diretório Nacional, ocorrida no último fim de semana, em São Paulo, o Partido Pátria Livre (PPL) decidiu intensificar a luta contra a política antinacional e antipopular do governo Temer e preparar seus militantes para as eleições de 2018. Em seu informe político, o presidente do partido, Sérgio Rubens, salientou que a política neoliberal que vem destruindo o país foi intensificada por Dilma Rousseff e está sendo aprofundada por seu vice, Michel Temer, com apoio do PSDB.
Segundo o dirigente do PPL, “é preciso compreender os motivos que levaram o PT a uma adesão completa às teses neoliberais”. “A crise do centro capitalista, em 2008, que se espalhou pela Europa e Japão, apesar de debilitar o imperialismo, fez com que sua pressão sobre a periferia, para compensar as perdas, aumentasse. O governo do PT não suportou a pressão e acabou sendo vergonhosamente cooptado para defender os interesses dos monopólios financeiros internacionais”, afirmou Sérgio.
“O que havia de positivo no governo Lula, como o fim da Alca, a paralisação das privatizações e alguma retomada dos investimentos públicos, foi abandonado por sua sucessora, e com o seu aval”, acrescentou. “Depois, num ambiente de economia sufocada pelos juros altos, eles decidiram entregar portos, aeroportos, estradas e o setor de energia, inclusive o maior campo de petróleo do mundo, tudo para atrair o capital monopolista estrangeiro, e assim semearam a crise que estamos vivendo”, disse o dirigente do Pátria Livre.
Em seu processo de adesão ao neoliberalismo, Lula e seu partido passaram, segundo Sérgio Rubens, “a assaltar estatais como faziam os tucanos do PSDB, porém de forma cada vez mais atrevida e grotesca”.
O PPL avaliou que é o momento de lançar uma candidatura própria para a Presidência da República. Uma candidatura que represente uma alternativa a tudo isso que está aí. O partido considera que a crise política, econômica, social e moral que tomou conta do país, tem origem no fato de que os partidos que ocuparam o poder nos últimos 23 anos, primeiro o PSDB, depois o PT e agora o PMDB, defendem hoje o mesmo o projeto neoliberal e que, para se perpetuarem no poder, criaram mecanismos de corrupção de dimensões até então inimagináveis.
Contando com a presença de lideranças de diversos setores da sociedade, entre eles os dirigentes sindicais da COBAP, da CGTB e de entidades como a COBRAPOL (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis), a reunião do PPL analisou as alternativas para a disputa presidencial. Esteve também presente na reunião Luís Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF).
Quatro importantes lideranças colocaram seus nomes à disposição do partido para uma possível candidatura presidencial: Marcelo Monteiro, dirigente do Partido Popular de Liberdade de Expressão Afro-Brasileira, organização partidária em processo de fusão com o PPL; o jurista e professor Léo da Silva Alves, coordenador do Movimento Cívico Nacional; João Vicente Goulart, filho do ex-presidente Jango; e Ildo Sauer, diretor do Instituto de Energia da USP.
O Diretório Nacional decidiu pedir aos quatro para percorrerem o Brasil debatendo com o povo as propostas e alternativas do partido. Esse debate seria mantido até final de março quando, então, será realizado o Congresso Nacional do partido. Neste momento será, então, escolhido o candidato que representará o partido nas eleições presidenciais de 2018.
Foi feito também um debate sobre o caráter antidemocrático dessas eleições, principalmente após a aprovação de medidas como o fundo eleitoral – que destina a quase totalidade dos recursos para os partidos que estiveram envolvidos com os carteis e seus esquemas de propinas – e as cláusulas de barreira, que visam dificultar ao máximo o trabalho dos novos partidos. O PPL concluiu que está em boas condições de ser vitorioso e de superar todas as barreiras ao seu projeto de desenvolvimento nacional.
SÉRGIO CRUZ