
Em São Paulo, a cesta de alimentos em abril ultrapassou R$ 900,00, consumindo 64,75% do salário mínimo líquido dos trabalhadores
O preço do conjunto de produtos da cesta básica voltou a subir em abril na maior parte das capitais do país. Em São Paulo, onde o aumento mensal foi de 3,24%, a cesta básica passou a custar R$ 909,25 – o que corresponde a 64,75% do salário mínimo liquido dos trabalhadores. Os dados são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socieconômicos (Dieese).
Entre março e abril, os preços variaram para cima em 15 das 17 capitais pesquisadas. Aumentos importantes, além de São Paulo, também ocorreram em Porto Alegre (5,38%), Recife (4,08%), Vitória (4,05%). Reduções foram observadas em Brasília (-0,87%) e Salvador (-0,23%).
Depois da capital paulista, as cestas mais caras do país foram observadas em Florianópolis (R$ 858,20), Rio de Janeiro (R$ 849,70) e Porto Alegre (R$ 834,22).

Na comparação entre abril de 2024 e abril de 2025, quase todas as capitais tiveram alta, com variações entre 3,92%, em Natal, e 10,50%, em São Paulo. Além disso, o custo da cesta básica aumentou em todas as cidades pesquisadas nos primeiros quatro meses do ano, com taxas entre 4,39%, em Brasília, e 10,94%, em Recife.
De acordo com o Dieese, o café em pó continua exercendo a maior pressão nos preços da cesta básica, com aumentos anuais que chegam a 137,04% em Vitória, 133,37% em Goiânia, 125,99% em Brasília e, 117,22% em Porto Alegre. Com safras menores pelo mundo, o Brasil está sendo pressionado a exportar a maior parte da sua produção, deixando o mercado interno sem reservas e à mercê da demanda internacional e dos preços dolarizados.
Também subiram consideravelmente e na maior parte das capitais os preços da batata, do tomate, do pão francês e da carne bovina.
Salário mínimo x Custo de vida
Conforme estimado mensalmente pela entidade, o salário mínimo atual deveria ser de R$ 7.638,62 – ou 5,03 vezes o valor atual, de R$ 1.518 – para que cumprisse a determinação constitucional que estabelece que o salário deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.