
Brasileiros pagam mais do que o dobro do que pagam cidadãos em outros sete países para encher um tanque de gasolina, aponta pesquisa
A política de preços da Petrobrás, ancorada por Bolsonaro e Guedes, vinculando os preços dos derivados do petróleo para o mercado interno à paridade com o preço do barril de petróleo no mercado internacional (PPI), provocou desde o início do ano uma aumento de 74% no preço da gasolina. Foram 15 alterações de preço no valor do produto entregue nas refinarias, sendo onze delas de aumento do produto.
Por conta dessa selvagem realidade, o Correio Braziliense, através de pesquisa, demonstrou que com os atuais preços da gasolina, os brasileiros para encher um tanque de gasolina de 35 litros podem chegar a um custo de R$ 251,68, comprometendo, num único abastecimento, quase um quarto de um salário mínimo (22%).
Somente a insanidade do princípio neoliberal de que a função social da empresa é gerar lucros e recursos para os acionistas, sendo o maior deles, a União, no caso, da Petrobrás, pode tentar justificar a manutenção da PPI. A Petrobrás pode e deveria oferecer a gasolina pela metade dos preços atuais e ainda, assim, com excelente lucro, calculando seu preço com base nas condições próprias de produção, muita vantajosa em relação ao preço internacional.
É princípio já consagrado, inclusive na nossa Constituição, quanto à função social das empresas e cujo sentido seria ainda mais ressaltado em se tratando da empresa energética estratégica para economia nacional e do seu carácter de segurança nacional.
Fazendo o mesmo cálculo para motoristas estadunidenses, britânicos e de cinco outros países sul americanos, evidenciou com mais força o nível de extorsão dos preços praticados no Brasil. Vide quadro abaixo.

Enquanto o nosso custo para encher o tanque de 35 litros compromete 22% do salário mínimo no Brasil, nos Estados Unidos esse tanque representa 2,9% do salário mínimo deles. Na Inglaterra apenas 3,5%. Aqui do lado, na Bolívia, não passa de 6,10%.
Mesmo os piores resultados, no caso da Argentina e do Chile, ficam em 11,50% e 11,57%, respectivamente, do salário mínimo deles, representando, portanto, menos de 12%, quase a metade do custo da gasolina no Brasil.
A matéria esclarece que, “para fim dessa comparação, todos os valores foram convertidos para o real na cotação atual de R$ 5,53. Os valores dos salários mínimos foram obtidos a partir do site Country Economy e o preço da gasolina do Global Petrol Prices”.
Quanto ao Distrito Federal está com a segunda gasolina mais cara do país. O preço médio chegou a R$ 7,214 o litro na semana passada, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O Rio de Janeiro encabeça a lista dos locais e que a gasolina é mais cara.
J.AMARO