
Sem estoques reguladores e preços dolarizados, preço do tradicional cafezinho atinge o maior patamar em 30 anos
Com preços dolarizados, o consumo de café no Brasil desabou em 15,96% no mês de abril, em comparação ao mesmo mês de 2024, tendo como fator decisivo a disparada de 80% nos preços do produto nos últimos doze meses até abril, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior aumento de preços já registrado nas últimas três décadas.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), nesta quinta-feira (22) e são referentes às vendas do varejo, que representam de 73% a 78% do consumo interno.
O consumo acumulado de janeiro e abril de 2025 das vendas de café também apresentaram uma redução de 5,13% no volume comercializado, que totalizou 4,7 milhões de sacas de 60 quilos.
O crescimento das exportações está entre um dos principais fatores para o aumento de preços do produto, ao reduzir a oferta do produto no mercado interno. Elas vêm sendo incrementadas, por exemplo, pela queda de safras no Vietnã e mesmo pelo aumento do consumo mundial.
O resultado para o consumidor brasileiro são preços dolarizados e menor oferta para o consumo do tradicional cafezinho. O que só reforça a importância da recuperação dos estoques reguladores públicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), conforme prometido pelo presidente Lula, para garantir preço justo ao produtor e o café na mesa do brasileiro, a segunda bebida mais consumida no Brasil, atrás apenas da água.
Segundo a Abic, os preços, à mercê do mercado internacional, ainda podem aumentar mais. Além do aumento da demanda global, influenciando a oferta do produto internamente, a entidade aponta problemas climáticos e custos de produção.