Em 2001, litro do diesel, em média, custava R$ 3,07. Hoje, ultrapassa R$ 7,00 em 20 Estados e no Distrito Federal
O preço médio do óleo diesel chegou a R$ 7,10 no país, após o aumento de 14,26% na refinaria da Petrobrás pelo governo Bolsonaro, em 19 deste mês. Corrigido pela inflação, a alta real é de 25,9% no ano. Este é o maior valor já registrado pela série histórica da pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
De acordo com os números da ANP do mês de junho, o Poder 360 considerou os valores médios mensais do diesel e reajustou pelo IPCA. O preço do diesel vendido nas bombas superou a máxima histórica de R$ 4,85, alcançada em outubro de 2005, em maio de 2021. Em junho deste ano atingiu o recorde de R$ 7,10 no país.
Confira no gráfico abaixo:
Já o preço médio do óleo diesel S10 chegou a R$ 7,22. O combustível apresenta alta de 33% no ano. Em 12 meses, a alta real é de 57,9%.
O valor da gasolina em valores nominais, após o aumento de 5,18% nas refinarias, já supera R$ 7,00 em 24 Estados.
O diesel – usado nos caminhões – ficou mais caro do que o da gasolina pela primeira vez desde 2004. O valor médio já supera a gasolina no Acre (R$ 8,27). O valor máximo do diesel chegou a R$ 8,50 no Estado. O custo do óleo diesel está acima dos R$ 7,00 em 21 das 27 unidades federativas.
Em valores nominais, o preço do diesel está mais caro do que da gasolina nos seguintes estados: AC, PA, PE, RO, RR, MT, AP e SP. Veja o gráfico abaixo.
PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA PREÇO DO DIESEL ULTRAPASSOU O DA GASOLINA
Os números acima são da síntese mensal de preços praticados no Brasil pela ANP. Na semana de 19 a 25 de junho, a média do preço do diesel comum já estava em R$ 7,56 e a do diesel S-10 em R$ 7,67. O preço médio da gasolina comum custava R$ 7,39 o litro, enquanto a gasolina aditivada ficou na casa dos R$ 7,48. Os preços aumentaram e pela primeira vez na história, o diesel ficou mais caro que a gasolina.
CARESTIA
Quando os preços internos dos combustíveis sobem acompanhando o dólar e os preços internacionais do barril de petróleo, os alimentos e demais serviços que dependem do transporte ficam mais caros para os brasileiros que recebem em real. Assim, a inflação, já generalizada, deve ganhar mais força no próximo período – asseverando a redução do poder de compra da população e agravando a fome no país.
Enquanto isso, de um lado da moeda, Bolsonaro encena combater os preços elevados dos combustíveis culpando e trocando dirigentes da Petrobrás – que ele mesmo indicou – e atacando o ICMS dos Estados, reduzindo o dinheiro dos entes federados que vão para saúde, educação e segurança. Do outro lado, o inquilino do Palácio do Planalto sustenta que os preços dos combustíveis continuem dolarizados, em prol dos altos ganhos dos acionistas da Petrobrás – grande parte estrangeiros – e do cartel de importadores de derivados de petróleo.