Com aval de Bolsonaro
O preço médio nacional do óleo diesel comum e S10 ficou na bomba acima de R$ 5,60 no início de novembro, uma alta de 7,4% em relação ao fechamento de outubro, segundo o Índice de Preços Ticket Log (IPTL). O aumento chega a 49%, na comparação com o valor médio de fechamento de novembro de 2020.
Quando o custo do diesel dispara não é só o caminhoneiro que acaba sendo onerado, mas a população como um todo. O diesel é o principal componente no custo logístico da agroindústria, assim, a cada novo aumento no seu preço, mais caro devem ficar os alimentos para a população.
Em novembro, o peso do diesel deve acelerar ainda mais a inflação oficial do país – que no acumulado de 12 meses até outubro, chegou a alta de 10,67%. O Diesel subiu 41,34%, em 12 meses. Alimentos e bebidas acumularam inflação de 11,71% no mesmo período.
“Nós, os produtores, dependemos de transportes para carregar a mercadoria que vendemos. Mas, devido aos grandes aumentos que os combustíveis vêm sofrendo, estamos pagando bem mais caro. Antes, para transportar uma caixa de frutas, o valor era R$ 2,50. Agora já estão cobrando R$ 5,00. Transportei recentemente 300 caixas, paguei R$ 1.500, o dobro do que pagava para transportar essa quantidade”, desabafou o produtor de manga e limão, Gilvado Santos, de 53, em reportagem de A Tarde.
Segundo o IPTL, o diesel comum apresentou sua maior alta na região Sul, com 8,22%. Já o S-10 teve sua maior marca registrada na região Centro-Oeste, com 7,60%.
A região Norte continua no rol dos preços médios mais elevados: com o diesel comum a R$ 5,802, e o S-10 a R$ 5,878. O estado do Acre bateu o recorde no diesel mais caro tanto no comum como no tipo S-10, com R$ 6,280 e R$ 6,275 respectivamente.
Já se vão quase 3 anos de Bolsonaro na Presidência da República, com a promessa de reduzir o preço do diesel, e os preços continuam pesando no bolso do caminhoneiro e do consumidor. Ao deixar os combustíveis da Petrobrás atrelados ao dólar, Bolsonaro deu sinal verde para que a inflação voltasse com força corroendo a renda dos brasileiros – já aflitos com o desemprego em escalada.