Os produtos básicos que apresentam variações muito além da inflação oficial foram o açúcar (diferença de 110,51%), a farinha de mandioca (104,60%) e a carne bovina (91,11%)
A carestia levou as famílias brasileiras a deixarem de consumir carne vermelha e frango. Os ovos, que assumiram protagonismo nos pratos como alternativa mais barata para as refeições, também tiveram os preços explodindo. A dúzia do ovos subiu 202,13% acima da inflação oficial desde março de 2020, segundo a 3ª edição do Estudo Sobre Variação de Preços dos Produtos na Pandemia, realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
Na pandemia, enquanto governantes se preocupavam em garantir a segurança alimentar de seus cidadão, Bolsonaro ironizava o aumento dos preços do feijão: “todo mundo tem que comprar fuzil“. Sob seu desgoverno, o consumo de carne no Brasil foi o menor em 25 anos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O frango e o ovo de galinha foram a alternativa para alguns milhões de brasileiros, para outros restaram as filas dos “ossinhos” em doações de açougues ou a busca em caçambas de supermercados por algum resto de alimento para a família. A fome explodiu de 10 milhões em 2018 para os atuais 33 milhões de brasileiros sem comida, segundo a Rede Penssan.
O IBPT analisou 40 produtos entre março de 2020 e maio de 2022. A variação média de preços foi de 57,50% no período, o que representa um índice 37,60% acima da inflação oficial acumulada em 19,9% no período, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Na primeira edição do estudo, divulgada em agosto de 2021, o produto que apresentou maior variação de preço, acima da inflação oficial, foi o arroz, com índice de 122,97%. Já na segunda edição, de fevereiro deste ano, o destaque foi a carne bovina, que havia aumentado 133,70%, nessa mesma comparação. Agora temos os ovos (dúzia), como o grande vilão com índice de 202,13% acima da inflação”, ressaltou o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Além do ovo, item básico da cesta de alimentos de qualquer família, os produtos básicos que apresentam variações explosivas em relação à inflação oficial foram o açúcar (diferença de 110,51%), a farinha de mandioca (104,60%) e a carne bovina (91,11%).