Entre os itens que mais subiram no acumulado de 12 meses até outubro estão produtos básicos na cesta das famílias de mais baixa renda, como o café (31,93%), a banana (56,75%), o leite longa vida (30,5%) e a farinha de trigo (35,4%)
Em um ano, a inflação dos alimentos acumula alta de 11,21% até outubro, com pelo menos 87 dos 180 produtos alimentícios pesquisados pelo IBGE acima dos 10%, superior ao índice geral da inflação (IPCA), que no período acumula alta de 6,47%.
De acordo com o IBGE, a inflação dos alimentos é ainda maior, associada ao preparo do dia a dia da casa. Nos últimos 12 meses, a inflação da alimentação do domicílio chega a 12,7%.
Em outubro, o grupo Alimentação e Bebidas registou alta de 0,72%, puxado pela carestia da alimentação do lar (0,80%). Pesou no bolso dos consumidores os custos da batata-inglesa (alta de 23,36%), do tomate (17,63%), da cebola (9,31%) e das frutas (3,56).
Já entre os campeões da inflação dos alimentos, no intervalo de 12 meses, estão: Cebola (151,76%), Limão (92,04%), Mamão (64,06%), Banana-d’água (56,75%), Maçã (41,49%), Melão (38,34), Alimento infantil (37,12%), Pepino (36,93%), Inhame (36,11%), Farinha de trigo (35,4%), Maracujá (35,3%), Leite condensado (32,62%), Café moído (31,93%), Maionese (30,64%), Leite longa vida (30,5%), Morango (30,06%) Tangerina (29,77%), Manga (29,49%) e Macarrão instantâneo (29,33%).
O drama da carestia dos alimentos não dá sossego aos trabalhadores e às famílias de mais baixa renda. Há pelo menos 8 meses que a inflação dos alimentos tem superado o índice oficial de inflação. A deflação vista nos meses de julho, agosto e setembro, puxada pela queda artificial do preço dos combustíveis, principalmente da gasolina, promovida às custas de cortes de recursos e serviços públicos de Estados e municípios – medida eleitoreira de Bolsonaro -, só beneficiou as classes com poder aquisitivo mais alto.
Mas toda mentira tem seu fim. Em outubro, o IPCA voltou a registrar alta (0,59%).
O efeito de redução dos preços dos combustíveis criado pelo teto do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos Estados se esgotou pelo novo movimento de crescimento dos preços dos combustíveis nas bombas, após nova disparada dos custos do petróleo e seus derivados no mercado internacional. Em outubro, o recuo dos combustíveis foi menor no mês, de -1,27% contra -8,50% no mês anterior. Em novembro, a expectativa é de retomada da inflação sobre os combustíveis.
Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que na semana passada (de 30 de outubro a 5 de novembro) o preço médio do litro da gasolina registrou alta pela quarta semana consecutiva; com avanço de 1,42% em relação à semana anterior, passando dos R$ 4,91 para R$ 4,98. O valor mais alto do combustível foi encontrado nos postos do Nordeste, R$ 6,99.
O preço médio do litro do diesel também variou em alta na semana, avançando dos R$ 6,56 para R$ 6,58. O valor mais alto foi encontrado na região Norte, R$ 7,99.